Descontos em aposentadorias quadruplicaram em dois anos

Os cortes nas mensalidades de associações nos contracheques de aposentados aumentaram mais de quatro vezes em um período de dois anos. Em maio de 2022, os descontos totalizavam R$ 49,9 milhões. Em contrapartida, em maio de 2024, esse montante alcançou R$ 220,7 milhões, representando um crescimento de cerca de 4,4 vezes.

As informações estão registradas em um relatório de auditoria elaborado pela Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com o relatório, o aumento mais significativo nos descontos começou em junho de 2023.

Durante esse intervalo de tempo, a quantia que foi diminuída dos aposentados aumentou em três vezes: em junho de 2023, era de R$ 80,6 milhões, e em abril de 2024, alcançou o recorde de R$ 248,1 milhões.

No mês de junho de 2023, Carlos Lupi, o ministro da Previdência Social, recebeu um aviso sobre sinais de anomalias nos cortes de mensalidades em aposentadorias. Mesmo com a notificação, os valores continuaram a aumentar de forma significativa nos meses posteriores.

Em uma assembleia do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), sob a liderança de Lupi, a conselheira Tonia Galleti, que representa aposentados e pensionistas, pediu a inclusão da questão dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) entre o INSS e as organizações na agenda.

Conforme registrado na ata da reunião, a solicitação foi recusada com a justificativa de que a agendahavia sido encerrada. A conselheira, por sua vez, reiterou o pedido, afirmando que existiamvárias denúncias apresentadas”.

Ela também requisitou a apresentação do número de entidades que possuem acordos coletivos com o INSS, a evolução do número de associados nos últimos 12 meses e uma sugestão de regulamentação que assegurasse mais proteção para os trabalhadores, o INSS e as instituições de fiscalização. O ministro, no entanto, recusou novamente o pedido.

O ministro admitiu a importância da questão, porém enfatizou a necessidade de uma análise mais aprofundada e solicitou que a discussão fosse agendada para a próxima reunião, o que não se concretizou.

O tema foi discutido pelo CNPS apenas em abril de 2024, período em que o Tribunal de Contas da União (TCU) finalizava uma investigação e a CGU estava conduzindo auditorias.  (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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