Policiais federais cumprem nesta sexta-feira (25) mandados contra suspeitos de desviar recursos públicos de cota parlamentar e falsificar documentos para beneficiar uma organização da sociedade civil.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e assessores estão entre os alvos.
Segundo divulgou a TV Globo no início da manhã desta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com as buscas, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que eu sei até agora é que esse inquérito foi aberto no mês passado, 24 de setembro, né? Está aqui, ó, não dá para saber nada, ter nenhuma informação do que se trata. Sei que alguns assessores meus também receberam a busca e apreensão”, disse Gayer no vídeo.
“Vieram na minha casa, levaram meu celular, HD, meu SSD. Essa democracia relativa está custando caro para o nosso país. Alexandre de Moraes determinou essa busca e apreensão agora, aqui no documento não fala o porquê. Numa sexta-feira, sendo que a eleição é no domingo”, seguiu.
Gayer não é candidato no segundo turno das eleições, mas atua na campanha de um dos concorrentes à prefeitura de Goiânia.
Buscas no DF e em Goiás
Até as 7h30, a PF não tinha divulgado detalhes sobre os envolvidos. Dizia apenas que os recursos, de origem pública, eram utilizados para manter empreendimentos privados.
Apenas na casa de um assessor de Gayer, os policiais encontraram mais de R$ 70 mil em dinheiro vivo:
Ao todo, 19 mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Não há mandados de prisão nessa etapa da operação.
As ordens são cumpridas em Brasília (DF) e em quatro cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso, Aparecida de Goiânia e Goiânia.
A PF informou que investiga inicialmente os crimes de associação criminosa; falsidade ideológica; falsificação de documento particular; peculato.
Nessa etapa, a lista é apenas um guia para orientar a investigação. Os suspeitos só respondem efetivamente pelos crimes se uma eventual denúncia apresentada pelo Ministério Público for recebida pela Justiça.
‘Discalculia’
A operação foi chamada de “Discalculia” – nome dado a um transtorno de aprendizagem relacionado a dificuldades com matemática.
De acordo com a PF, as investigações identificaram uma ata falsificada nos documentos de criação da organização social.
No quadro social da entidade, havia nomes de crianças com idades entre 1 e 9 anos.