Democratas vencem no Senado e impedem “onda vermelha”

As eleições de meio de mandato – midterms – que acontecem nos Estados Unidos nesse mês de novembro jogaram um balde de água fria nas pretensões do Partido Republicado de dominar as duas Casas do Congresso. A chamada “onda vermelha”, cor do Partido Republicano, que era esperada por muitos analistas e por Donald Trump, acabou não acontecendo.

No Senado Federal a vitória é azul. Os democratas já asseguraram as 50 cadeiras que já tinham, que representam a metade dos assentos, já que o Senado possui 100 congressistas. Os Republicanos registram até agora 49 assentos. Existe apenas 1 em disputa, no Estado da Geórgia, onde ocorrerá um segundo turno dia 6 de dezembro. O democrata Raphael Warnock passou em primeiro lugar para o segundo turno, cravando 49,42% dos votos, onde enfrentará o republicano Herschel Walker.

Mesmo que ocorra uma improvável derrota do democrata na Geórgia, os democratas já garantirão os 50 votos necessários para manter o controle da Câmara Alta, pois em caso de empate, segundo a Constituição Americana, o voto de minerva é do vice-presidente da República. Ou seja, o voto de desempate é dado pela vice-presidente democrata Kamala Harris. No caso de vitória na Geórgia, ao invés da “onda vermelha”, o que veremos será um avanço dos azuis no Senado.

Na Câmara Federal esperava-se que os republicanos conquistassem 20 cadeiras a mais que os democratas, o que seria uma vitória retumbante dos trumpistas. As projeções ainda indicam uma vitória dos republicanos, mas por uma margem muito menor. A Câmara possui 435 membros. O Partido Republicano atingiu hoje as 218 cadeiras e conquistou a maioria, mas muito menor do que esperava. Hoje os Democratas possuem 220 parlamentares e presidem a Câmara, através da deputada Nancy Pelosi.

Pelas projeções, já que as apurações ainda continuam, os republicanos já elegeram 218 membros e os democratas 204. Ainda existem 13 cadeiras em disputa. As projeções indicam que o partido de Trump deve ganhar mais 3 em disputa, o que lhes daria um total de 221 membros. Os democratas ficariam com 214. Uma diferença de apenas 7 parlamentares, bem inferior à prevista “onda vermelha”. E ainda podem surgir surpresas.

Paralelamente a isso, Donaldo Trump, que anunciou sua candidatura a presidente nesta terça-feira, saiu enfraquecido das midterms. Além de vários trumpistas radicais terem sido derrotados e de não conseguir o controle do Senado, para atrapalhar o governo de Joe Biden, ele viu a vitória de um forte adversário dentro do Partido Republicano, o governador reeleito da Flórida, Ron DeSantis.

Além de criar fissuras internas no Partido Republicano, o resultado das eleições fortalece a candidatura do presidente Joe Biden à reeleição. Numa postura diametralmente oposta a de Trump, que até hoje não reconhece sua derrota, a exemplo de Bolsonaro no Brasil, hoje o presidente Joe Biden parabenizou o líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, pelo partido ter conquistado a maioria, se dizendo a disposição para trabalhar com a oposição visando o bem estar nas famílias trabalhadoras. Assim é a democracia…

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