EXCLUSIVO: delegado da PF detalha operação que apura desvio de verba pública por grande empresa paraense

 

Roberto Meyer, chefe Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal no Pará, conversou com a reportagem do Opinião em Pauta sobre a Operação Plenitude, deflagrada na manhã desta terça-feira (30), que investiga crimes contra a administração pública e o Sistema Financeiro Nacional (SFN), através da contratação, por entes públicos no Estado, de empresa suspeita da prática de lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Segundo o delegado, essa grande empresa paraense teria promovido movimentações atípicas, da ordem de R$ 1,7 bilhão, de 2017 a 2022.

Mais de 150 policiais federais cumpriram 49 mandados de busca e apreensão, em 33 endereços. Ao todo, 42 pessoas são investigadas, no Pará e em São Paulo. A reportagem do Opinião em Pauta ainda apurou que alguns destes mandatos de busca e apreensão foram realizados no residencial de luxo Edifício Premium, no bairro do Umarizal, em Belém, onde residem os executivos da empresa Terraplena, muito atuante nos municípios paraenses e única no Estado com o perfil descrito pela nota divulgada pelos órgãos envolvidos na Operação Plenitude: “atua no Pará, com prestação de serviços nas áreas de construção e manutenção de estradas e vias urbanas e coleta de lixo para entes públicos há décadas.”

De acordo com com o delegado, as apurações identificaram a ocorrência de indícios de crimes relacionados a licitações, envolvendo recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e repasses de valores indevidos para servidores públicos de diversas prefeituras do Pará. Também há indícios de lavagem de capitais, com uso de empresas de fachada e por meio da atuação de “laranjas”, além de possível evasão de divisas por meio de uma offshore localizada em paraíso fiscal. Além disso, essa empresa é considerada um dos maiores credores de entes públicos no estado.

Ainda de acordo com o delegado Roberto Meyer, os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, sonegação fiscal e crimes contra a administração pública.

 

Confira as explicações do chefe Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal no Pará, delegado Roberto Meyer, ao Opinião em Pauta:

 

 

(Foto: Divulgação/PF-PA)

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