O governo de Lula decidiu que a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Oliveira, irá participar da cerimônia de posse do ditador Nicolás Maduro nesta sexta-feira (10).
O ocorrido foi validado ao colunista do UOL, Jamil Chade, por uma fonte ligada ao governo brasileiro.
A decisão sobre a embaixadora estava sendo reconsiderada após as alegações de que a cabeça da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, havia sido detida após participar de um ato de protesto contra Maduro nesta quinta-feira (9).
A permanência da embaixadora foi assegurada depois que o governo brasileiro avaliou a condição de Corina. No começo da noite (horário de Brasília), a oposição na Venezuela declarou que a chefe do movimento havia sido libertada.
Organizações de direitos humanos têm solicitado que o governo do Brasil se manifeste contra a repressão do regime de Maduro. Em uma correspondência destinada à administração de Lula, as entidades ARTIGO 19 Brasil e América do Sul, Associação Brazil Office, Conectas Direitos Humanos, Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Human Rights Watch, Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e Transparência Eleitoral Brasil expressaram “grande apreensão em relação ao desaparecimento de Carlos Correa, que é o diretor executivo da organização Espacio Público”.
O grupo solicitou ao governo do Brasil que “expresse de forma pública e diplomática sua inquietação sobre o desaparecimento de Carlos Correa”.
Ainda persiste a solicitação por uma “resposta rápida e conjunta da comunidade global em relação à crise venezuelana“. A mensagem, que foi acessada pelo UOL, foi direcionada ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e ao assessor especial do Presidente da República, Celso Amorim.
Carlos Correa foi avistado pela última vez na região central de Caracas, onde teria sido abordado por pessoas mascaradas, supostamente pertencentes a órgãos do governo. Desde aquele momento, não se tem notícias sobre seu destino. Ele é o diretor-executivo da organização não governamental Espacio Público, que se dedica à promoção da liberdade de expressão e à proteção dos direitos dos profissionais de jornalismo no país.
Maduro assumirá seu terceiro mandato nesta sexta-feira, em meio a acusações crescentes sobre uma intensificação da repressão contra adversários políticos, bem na antecedência da cerimônia. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência)