Cúpula do BRICS admite seis novos países

Henrique Acker (Correspondente internacional)  – Além de um documento conjunto aprovado por consenso, a 15ª Cúpula do BRICS – acordo que engloba Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – aceitou o pedido de ingresso de Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, a partir de janeiro de 2024. O evento, realizado em Joanesburgo (África do Sul), encerrou-se nesta quinta-feira, 24 de agosto.

O encontro foi marcado pelos pronunciamentos dos cinco chefes de estados fundadores do acordo, todos com forte apelo por um mundo multipolar e a busca de relações econômicas, políticas e sociais livremente acordadas entre as nações.

Com o ingresso dos outros seis países, o PIB do BRICS crescerá para 36% do PIB [produto interno bruto] global em paridade de poder de compra e 46% da população mundial. Com a entrada da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irão, o bloco de economias emergentes passará também a representar seis dos nove maiores produtores de petróleo do mundo, juntamente com Rússia, China e Brasil.

Ao final dos três dias de debates, os países membros do BRICS aprovaram por consenso a “Declaração de Joanesburgo II”, com 26 páginas e 94 itens, distribuídos por seis pontos. São eles: I) Parceria para um Multilateralismo Inclusivo; II) Promoção de um ambiente de paz e desenvolvimento; III) Parceria para um Crescimento Conjunto e Acelerado; IV) Parceria para o Desenvolvimento Sustentável; V) Aprofundando o intercâmbio entre pessoas; VI) Desenvolvimento Institucional.

 

Lula destacou os novos acordos do BRICS

O Presidente Lula declarou, ao final do encontro, que os países do BRICS aprovaram ainda a criação de um grupo de trabalho para estudar a adoção de uma “moeda de referência” para transações comerciais do grupo. “Essa medida poderá aumentar as nossas opções de pagamento e reduzir as nossas vulnerabilidades”, adiantou.

Lula avançou que o bloco “continuará aberto a novos candidatos” e que foram aprovados também “critérios e procedimentos para futuras adesões”. Cerca de 1.500 líderes empresariais de vários países participaram no Fórum Empresarial do bloco, realizado no primeiro dia do evento.

O chefe de Estado brasileiro fez questão de frisar a decisão adotada sobre a necessidade de reforma da governança global, especialmente em relação à necessidade de uma nova composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que reflita a nova realidade mundial.

 

Primeiras reações

Autoridades iranianas e argentinas se apressaram em comemorar a autorização para que seus países ingressem no BRICS a partir de janeiro de 2024.

“A adesão permanente ao grupo de economias emergentes globais é um acontecimento histórico é um sucesso estratégico para a política externa da República Islâmica”, afirmou Mohamed Jamshidi, o conselheiro político do Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, numa mensagem publicada na rede social X (antigo twitter).

“Queremos aproveitá-lo para o bem dos argentinos e especialmente daqueles que mais precisam . É o coração da nossa política externa, a projeção para o mundo de um povo pacífico, amigável, realista e digno”, declarou em pronunciamento o Presidente da Argentina, Alberto Fernandez.

 

Por Henrique Acker (Correspondente internacional)

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