Crescem todos os tipos de violência contra a mulher no Brasil

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram alta de crimes contra mulheres desde stalking até feminicídio. Casos de violência doméstica subiram 9,8% em 2023 em relação ao ano anterior, com 258.941 vítimas

 

O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18), indicou o crescimento de casos em todas as modalidades de violência contra mulheres no Brasil em 2023. O estudo é feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os casos de violência doméstica subiram em 2023: foram 258.941 vítimas, o que indica um crescimento de 9,8% em relação ao ano anterior.

As ameaças foram o tipo de violência mais comum em números absolutos, com 778.921 casos no ano passado, ante 668.355 em 2022. Houve crescimento de 16,5%. Além disso, o aumento dos registros de violência psicológica cresceu para 33,8%, totalizando 38.507 mulheres. Já o crime de stalking (perseguição) também subiu, com 77.083 mulheres alvos, um aumento de 34,5%.

No mesmo sentido de crescimento caminharam os crimes sexuais com vítimas mulheres: o estupro (incluindo o estupro de vulnerável, que ocorre quando a vítima é menor de 14 anos ou quando, sendo maior, não está em condições de consentir) cresceu 5,3% no período, vitimando pelo menos 72.454 mulheres e crianças do sexo feminino.

Cabe destacar que o estudo aponta que o crime de homicídio contra mulheres caiu 0,1%. No entanto, a redução é matizada também pelos feminicídios, que cresceram 0,8% em relação ao ano anterior, sendo que 1.467 mulheres foram mortas por razões de gênero — o maior número já registrado desde a publicação da lei nº 13.104/2015, que tipifica o crime.

“Em termos de registro, quase dez anos depois da promulgação da lei nº13.104, de 9 de março de 2015, a tendência é mesmo que os registros de homicídio de mulheres caiam e os de feminicídio aumentem. No entanto, isso não quer dizer necessariamente que o fenômeno da morte violenta tem se alterado. É mais provável que a mudança esteja relacionada ao modo de se registrar a ocorrência no decorrer dos anos”, explica o anuário.

(Foto: Fred Magno / O Tempo)

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