CPMI dos atos golpistas: em 24 horas, cerca de 400 requerimentos são protocolados

Base governista solicita a presença, na condição de investigados, de Anderson Torres, Elcio Franco, Augusto Heleno, Mauro Cid, Ailton Barros, entre outros

 

Instalada na quinta-feira (25) no Congresso Nacional, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos golpistas do dia 8 de janeiro já conta até a noite desta sexta-feira (26) pelo menos 385 requerimentos. São solicitações de imagens, registros, documentos e convocações para depoimentos. Todos requerimentos serão votados na próxima semana.

A base do presidente Lula (PT) solicita a presença do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, que esteve preso por três meses por suspeita de omissão durante os atos. Os congressistas irão explorar o argumento de que Torres teria viajado para os Estados Unidos por ter tomado conhecimento de que as manifestações iriam ocorrer.

Os parlamentares também querem ouvir o general Júlio César Arruda, ex-comandante do Exército e os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): o ex-ministro Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Cid está preso por suspeita de ter participado de um esquema de falsificação de comprovantes de vacinação. O ex-número dois de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, Elcio Franco, também soma dois requerimentos de depoimento, na condição de investigado.

Dentre esse volume de pedidos, uma curiosidade: nenhum deles é pela convocação de Bolsonaro. A intenção, segundo nomes da base governista, é que o ex-mandatário seja chamado mais para frente, já com um avanço da CPMI. A ala governista escolherá o melhor momento para evitar uma possível vitimização. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também deve entrar na lista em outro momento.

Outras solicitações envolvem figuras que seriam responsáveis pela segurança da capital durante os atos de vandalismo, como os agentes da Polícia Militar do DF. Estão na lista nomes como o do coronel Bilmar Angelis, subcomandante-geral da corporação; Clovis Eduardo Condi, subchefe do Departamento de Operações; coronel Adriano Henriques, chefe do 1º Comando de Policiamento Regional (CPR) da PMDF; coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, responsável pelo Departamento Operacional da PMDF; e coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF.

Entre os manifestantes, está Antônio Cláudio Alves, identificado pela Polícia Federal (PF) como o homem que quebrou o relógio de Dom João VI, exposto no Planalto. Atualmente, Alves está preso. O ex-chefe do GSI Gonçalves Dias, indicado por Lula, também é um dos que tiveram o depoimento pedido, neste caso, pela oposição. Assim como o ministro da Justiça, Flávio Dino. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

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