Balanço da Fiocruz aponta um crescimento semanal mais lento, porém constante a cada semana. Distrito Federal, Goiás e Rio de Janeiro, onde houve alertas anteriores de crescimento, deu sinais em outubro de interrupção no aumento de casos
O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta segunda-feira (30), mostra um aumento de casos de Covid-19 entre a população adulta em alguns estados brasileiros.
O aumento é observado no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com um ritmo mais lento no Sul. Em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, há indícios de um aumento gradual entre os mais velhos, sem refletir um aumento total neste grupo.
Por outro lado, no Distrito Federal, Goiás e Rio de Janeiro, onde houve alertas anteriores de crescimento, há sinais de interrupção no aumento de casos. Essa análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 42, que compreende o período de 15 a 21 de outubro.
Marcelo Gomes, pesquisador e coordenador do InfoGripe, expressa preocupação com o crescimento mais acentuado em São Paulo em comparação com outros estados. No entanto, ele ressalta que, em termos de volume, os casos semanais ainda estão abaixo do pico do primeiro semestre, mantendo um ritmo mais lento.
“Os dados dão um sinal de requer mais atenção com os Estados do centro-sul do País. Norte e Nordeste, felizmente, continuam em uma situação que não indica uma retomada de crescimento. A situação mais diversa são dos Estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que a gente já vem destacando nos boletins anteriores. Oque a gente tem no momento é que São Paulo e Rio Grande do Sul, que já vinham há bastante tempo nessa situação, continuam apontando crescimento de novos casos semanais, claro, um crescimento mais lento do que momento anteriores da pandemia, mas que se mantém. Felizmente, são valores que não chegaram perto do pico do primeiro semestre deste ano, nestes Estados, mas que está mantendo um crescimento constante de crescimento, semana após semana”, avalia Gomes.
A nível nacional, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes mostram estabilidade ou oscilação. Contudo, na população adulta, especialmente a partir dos 65 anos, há um aumento lento. Esse crescimento é reflexo do aumento de casos positivos para Covid-19 desde setembro, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Gomes destaca que o menor volume e ritmo de crescimento nas internações por Covid-19 se devem principalmente à vacinação, sendo fundamental que a população siga as recomendações atuais de acordo com a faixa etária e estado de saúde.
Em relação às capitais, seis registram aumento de casos de Covid-19, principalmente Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC) e São Paulo (SP). Em algumas dessas cidades, como Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, o aumento é notado principalmente na população idosa. Entretanto, há indícios de interrupção do crescimento no Rio de Janeiro e nos arredores de Brasília. Já em Florianópolis, Recife e Rio Branco o indício de aumento ainda oscila.
Em relação aos dados de vírus respiratórios, a prevalência de resultados positivos aponta 1,7% para influenza A, 0,4% para influenza B, 8,3% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 58,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Quanto aos óbitos, a presença desses mesmos vírus revela 1,1% para influenza A, 0% para influenza B, 0,5% para VSR e 81,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Os casos notificados de SRAG indicam um aumento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade a curto prazo (últimas três semanas), independentemente da presença de febre. Até o momento do ano epidemiológico de 2023, foram notificados 157.526 casos de SRAG, dos quais 39,1% foram positivos para algum vírus respiratório, 50,6% negativos e pelo menos 5,0% aguardam resultado laboratorial.
Dos casos positivos deste ano, 8% são influenza A, 4,2% influenza B, 36,8% VSR e 31,5% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nos últimos quatro períodos epidemiológicos, a prevalência entre os casos positivos foi de 1,7% para influenza A, 0,4% para influenza B, 8,3% para VSR e 58,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
(Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF)