Corpos encontrados no Rio de Janeiro podem ser dos assassinos de médicos

A PCRJ encontrou quatro corpos dentro de dois veículos na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Até o momento, a polícia identificou dois dos quatro corpos; um deles é de Philip Pereira, que seria o autor do ataque

 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) encontrou quatro corpos dentro de dois carros na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (5). A Delegacia de Homicídios acredita que eles são os traficantes responsáveis por executar três médicos ortopedistas na orla da Barra da Tijuca. Dois deles seriam dos suspeitos de executar três médicos na Barra da Tijuca, na madrugada do mesmo dia. Um dos médicos assassinados é Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, irmão da deputada federal por São Paulo Sâmia Bomfim (PSOL). A principal hipótese é de que traficantes teriam confundido um dos médicos com miliciano da Zona Oeste da capital fluminense.

De acordo com a polícia, três corpos estavam dentro de um carro na rua Abrahão Jabour, nas proximidades do Riocentro, em Jacarepaguá. Outro corpo estava em um segundo veículo, na avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul. Até o momento, a polícia conseguiu identificar dois dos quatro corpos. Um deles é de Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk. Ele, que seria do Comando Vermelho, seria o autor da ordem do ataque contra os médicos. O segundo corpo é de Ryan Nunes de Almeida, que integrava o grupo liderado por Lesk, chamado de “Equipe Sombra”. Os corpos tinham ferimentos de disparos de arma de fogo e facadas.

Os suspeitos teriam sido julgados pelo “tribunal do crime” por meio de uma “conference call”. Ou seja, de dentro da cadeia, os líderes do Comando Vermelho teriam autorizado as execuções dos autores das mortes dos médicos, de acordo com informações obtidas pela reportagem. As identidades de dois deles ainda não foram reveladas. A principal linha de investigação do assassinato dos médicos é que eles tenham sido mortos por engano. O ortopedista Perseu Ribeiro teria sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do miliciano Dalmir Pereira Barbosa, que teria residência a menos de 1 quilômetro do local da chacina.

Outros dois suspeitos de envolvimento no ataque aos médicos não estão entre os mortos, conforme apurou a investigação: Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW.

Além de Persel e Diego Bomfim, o médico Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, também morreu na hora. Um quarto médico foi atingido, mas sobreviveu e tem quadro estável. Daniel Sonnewend Proença está internado no Hospital Lourenço Jorge, localizado na Barra da Tijuca. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que um veículo para na via que passa em frente ao quiosque. Homens armados descem e atiram várias vezes contra as vítimas, que não tiveram chance de defesa. Toda a ação de execução durou menos de um minuto. De acordo com testemunhas, após o ataque, os criminosos ainda voltaram para conferir se os profissionais realmente estavam mortos.

As vítimas

Marcos Corsato — Com 62 anos, o médico tinha mestrado em ortopedia e traumatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Era membro titular da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo

e Pé. Atuava no Hospital das Clínicas em São Paulo. Deixa mulher, filhos e uma neta.

Diego Ralf Bomfim — Irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, o médico, 35, era formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Ele tinha residência médica em medicina da família pela Universidade de São Paulo e era especialista em reconstrução óssea.

Perseu de Almeida — Tinha 33 anos e era graduado em medicina pelo Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Deixa mulher e dois filhos

(Foto: Reprodução)

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