Presidente da Câmara deve se reunir com líderes partidários antes de bater o martelo
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu consultar os líderes partidários antes de tomar uma posição oficial sobre as propostas que buscam limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo seus aliados, essa movimentação demonstra a intenção de Lira em barrar o avanço de pautas contrárias à Corte, com a qual ele deseja manter uma boa relação
Deputados próximos a Lira afirmam que a maioria dos líderes partidários deve ser contra a votação dessas medidas antes das eleições para a presidência da Câmara, marcadas para fevereiro de 2025. Lira espera que esse adiamento o ajude a evitar embates desnecessários no momento, Conforme informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Os principais nomes para suceder Lira na presidência da Casa — Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB) — também não demonstram interesse em envolver-se em discussões sobre o STF durante a campanha. Com PSD, União Brasil e Republicanos somando 148 deputados, e considerando o apoio de partidos como PT, PCdoB, PV e PSB, contrários a essas pautas, o número de parlamentares que rejeitam as medidas contra o STF pode chegar a 242.
Desde que assumiu, Lira adotou a prática de reunir os líderes partidários antes de colocar matérias polêmicas em votação, evitando pautar assuntos que não tenham apoio suficiente para aprovação. Assim, ele pode argumentar com a bancada bolsonarista que a decisão de adiar as votações foi dos próprios líderes partidários, eximindo-se da responsabilidade por um eventual fracasso.
A pauta também deve perder força após o STF liberar a retomada do pagamento das emendas, o que deve ocorrer em breve, Segundo interlocutores de Arthur Lira, o presidente da Câmara tem a intenção de manter uma boa relação com os ministros do STF e com o governo Lula após deixar o cargo.
Na última quarta-feira (9), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou quatro propostas que limitam poderes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aumentam as possibilidades de impeachment dos magistrados. A comissão é presidida pela deputada Carolina de Toni (PL-SC) e é dominada por parlamentares bolsonaristas.
(Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo)