Julgamento durará três dias e ouvirá 28 testemunhas. Jovem que o acusa prestou depoimento nesta segunda em sala reservada. Alves falará na quarta-feira (7)
Começou nesta segunda-feira (5) o julgamento do jogador Daniel Alves, que está preso há um ano na Espanha, acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona. A audiência ocorrerá em três dias consecutivos, com encerramento na quarta-feira (7). O brasileiro alega inocência e afirma que a relação sexual foi consensual. Ele mudou a versão sobre o caso diversas vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados.
A advogada de Daniel Alves, no início da sessão, defendeu que o ex-jogador se diz vítima de um “tribunal paralelo”, feito pela opinião pública. A defesa pediu ainda a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima. A advogada de Alves, Inés Guardiola, pediu também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, o julgamento fosse retomado.
A Promotoria, que acusa o brasileiro e pede 12 anos de prisão, contestou que todos os direitos do acusado foram preservados. O Tribunal também confirmou que a jovem que acusa Alves prestaria depoimento, mas em uma sala privada e sem acesso da imprensa. Ela já havia começado a falar à Justiça nesta manhã, e o depoimento foi feito com imagem e voz distorcidas e sem divulgação para a imprensa — desde o início do caso, a juíza responsável pelo julgamento proibiu a divulgação da identidade e de imagens da jovem.
As sessões terão depoimentos de Alves e de 28 testemunhas que estavam na boate de Barcelona na noite em que o suposto estupro ocorreu, em 30 de dezembro de 2022. Elas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação. Além de Alves, seis testemunhas prestarão depoimento nesta primeira sessão. As outras 22 testemunhas falarão no dia seguinte. Já a última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a trâmites periciais, que entregarão um relatório e conclusões.
Relembre o caso
O caso aconteceu no dia 31 de dezembro de 2022, quando supostamente Daniel teria abusado sexualmente de uma jovem, em uma discoteca, em Barcelona, na Espanha. Já no dia 20 de janeiro de 2023, o jogador foi detido pela polícia catalã e levado à Penitenciária Brians II. Desde a prisão do jogador, foram diversos pedidos de liberdade da defesa de Daniel. Todas as solicitações foram negadas. Segundo a Justiça da Espanha, pelo fato da família do lateral estar em Barcelona, os promotores queria evitar o risco de fuga.
Daniel Alves apresentou cinco versões diferentes sobre o caso. A mais recente foi em janeiro deste ano, em que ele tentou alegar que estava embriagado no momento que teria abusado de uma mulher de 23 anos. A tentativa seria de atenuar a pena em caso de condenação. O Ministério Público da Espanha rejeitou e indicou pena de nove anos de prisão ao jogador. Além disso, a defesa da vítima negou as tentativas de acordo e pede os 12 anos de detenção.
(Foto: reprodução/X @GloboNews)