Coisas da Política – João Salame

GRUPOS

Em Marabá, o deputado Chamonzinho largou na frente do grupo do prefeito Tião Miranda na montagem dos partidos para as eleições municipais. Ao lado de TM ficaram o PSD e o PDT. Com Chamonzinho se alinharam o MDB, Republicanos, PRD, União Brasil e a Federação PSDB/Cidadania. O deputado Toni Cunha ficou com o PL e o Solidariedade e o deputado Dirceu ten Caten com o PT e o Agir.

 

DIÁSPORA

Depois de uma conversa dura com o tio prefeito, quando cobrou uma definição sobre o lançamento de uma candidatura do grupo para disputar a sucessão, o empresário Tiãozinho Miranda decidiu se filiar ao Podemos. Disposto a ser candidato a prefeito ou a compor a chapa de Toni Cunha, na condição de vice. Já o vice-prefeito Luciano Dias se filiou ao PDT e o ex-secretário de Obras Fábio Moreira ficou no PSD. TM vai ter uns dias agora para decidir o que fazer.

 

COMÉRCIO

O Avante montou sua chapa de candidatos a vereador em Marabá e decidiu lançar a pré-candidatura a prefeito do empresário Cesinha do Comércio. Ele já foi candidato em eleições anteriores e volta com a mesma disposição. Cesinha é conhecido pelo seu trabalho de fortalecimento do pequeno e médio empresariado. Mas não é descartada a composição do partido com o deputado Toni Cunha.

 

FILIAÇÃO

Ao assinar a ficha de filiação ao PSB, o prefeito Daniel Santos surpreendeu a muitos, em especial o governador, que esperava sua filiação a um partido de direita ou de menor expressão. Ao se perfilar no partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, ele deu uma tacada de mestre. A decisão caiu como uma bomba nos meios políticos, sobretudo no círculo mais próximo a Helder Barbalho, que reagiu de forma virulenta à saída do prefeito do MDB, demitindo todas as pessoas que são aliadas a Daniel.

 

 

ABONO

A ficha de Daniel Santos foi abonada diretamente pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, que saudou a filiação como uma importante aquisição para o partido (foto acima). Nos próximos dias Daniel irá a Brasília para cumprir uma agenda com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro do Empreendedorismo e ex-governador Márcio França, além de senadores e deputados federais do partido.

 

MOTIVOS

Na guerra de narrativas, comunicadores alinhados com o Governo têm divulgado que Daniel Santos saiu do partido por ter exigido a indicação da vaga aberta no Tribunal de Contas dos Municípios para seu grupo. Não foi bem assim e aqui, na Coluna Coisas da Política, procuraremos destrinchar o que de fato aconteceu para permitir ao nosso leitor uma leitura isenta dos fatos. Aliás, nos próximos dias o que não faltará é a proliferação da guerra de desinformação.

 

CORDA

Na realidade, há tempos a corda entre o governador e o prefeito está esticada. Tudo isso porque Helder Barbalho aposta na eleição de sua vice, Hana Ghassan, para sucedê-lo, e Daniel alimenta o sonho de ser candidato a governador, ainda que isso não seja uma decisão absolutamente fechada, até pela sua idade, com menos de 40 anos, que lhe permite negociar outras possibilidades e esperar mais um pouco. Mas Daniel quer estar apto para a disputa.

 

EXIGÊNCIA

Diante desse cenário, em todas as conversas que ocorreram, através do deputado Chicão ou do chefe da Casa Civil, Helder exigiu a indicação do vice na chapa de Daniel na disputa da prefeitura este ano. Chegou até mesmo a enviar uma lista de quatro nomes, de sua absoluta confiança, para ocupar o cargo. Todos secretários de Estado. São eles: Luziel Guedes, chefe da Casa Civil; Adler Silveira, secretário de Transportes; Eliete Braga, secretária de Planejamento e Ualame Machado, secretário de Segurança Pública. Com essas indicações, HB queria ter o controle da prefeitura caso Daniel deixasse o cargo para disputar o governo. Daniel não aceitou.

 

TRIBUNAL

Diante da resistência do prefeito, uma outra proposta foi apresentada por HB, através do presidente da Alepa, deputado Chicão (MDB). A vaga no Tribunal de Contas dos Municípios, aberta com a aposentadoria do conselheiro Sérgio Leão. Mas Helder só aceitava entregar a vaga se fosse para o próprio Daniel, retirando-o assim do caminho da sucessão estadual. O prefeito recusou, argumentando que não pretendia se aposentar da política ainda muito novo.

 

ESPERANÇA

Um fio de esperança surgiu na reta final. Daniel não queria o rompimento e fez todo o esforço para evitá-lo. Sempre tendo como intermediário o deputado Chicão, que a todo momento buscava o entendimento, disse que aceitava a vaga de conselheiro do TCM para alguém de seu grupo, que não fosse ele, e concordava em encontrar um vice para sua chapa de comum acordo com o governador. Mas Helder não aceitou. Só topava se fosse o próprio Daniel.

 

AVISO

Semana passada, como uma espécie de aviso do que viria pela frente, foi publicado no Diário Oficial do Estado o descredenciamento, pelo Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep), do Hospital Santa Maria de Ananindeua, do qual o prefeito Daniel Santos é sócio, mesmo que isso represente o prejuízo para milhares de servidores públicos. Diretores de Escola do Estado em Ananindeua, alinhados com Daniel, também foram exonerados.

 

PORTA

Ainda em Brasília, logo após assinar a ficha de filiação ao PSB, Daniel Santos foi até o Ministério das Cidades para uma reunião com o ministro Jader Filho, presidente estadual do MDB. Ele fez questão de comunicar pessoalmente sua decisão de deixar o partido. A conversa foi elegante. No entanto, no Pará, o Diário Oficial funcionava a todo vapor demitindo aliados de Daniel. A corda tinha estourado.

 

CONFIANÇA

Enquanto isso, em Ananindeua, o ex-deputado Miro Sanova, indicado para ser candidato a prefeito pelo PT, decidiu filiar seus candidatos a vereador no PP. A candidatura, já vista com desconfiança pela maioria da militância petista, se tornou ainda mais indigesta. Comenta-se ainda nos bastidores que o episódio ocorrido na Funtelpa, onde Hilbert Nascimento, o Binho, muito ligado a família Barbalho, foi denunciado por assédio, teria “queimado” Miro junto ao governador. Por ele ter supostamente vazado a informação. Ou seja, agora está na descendente.

 

 

ESCOLHIDO

Diante desse cenário, o escolhido para a missão de enfrentar o favoritismo de Daniel Santos em Ananindeua parece ser o deputado federal Antônio Doido (foto acima) . Ele topou a missão de transferir seu título eleitoral com a missão de ser o candidato do MDB. Mesmo não conseguindo se reeleger prefeito de São Miguel do Guamá, Doido é conhecido por ser um político arrojado e polêmico. Com certeza vai cumprir a tarefa de apimentar a disputa.

 

CANDIDATO

Em São João do Araguaia, esperava-se que a prefeita Marcellane Cristina fosse praticamente candidata única. Mas nos últimos dias tudo mudou, É que o ex-prefeito João Neto, que sempre aparece como favorito nas pesquisas, decidiu se lançar candidato. Ele se filiou ao Avante e deve ter como vice Neusinha Santis (MDB), que é filha do ex-prefeito Mário Martins. Ela ficou em segundo lugar nas últimas eleições.

 

UNIÃO

Em Parauapebas, o vereador Rafael Ribeiro saiu do MDB e se filiou ao União Brasil. Em torno dele estarão alinhados ainda o PSDB, Cidadania, Solidariedade, PT, PV, PCdoB e PP. O empresário Branco da White, que abriu mão de sua candidatura em apoio a Ribeiro, foi arrojado na conquista de vereadores para as legendas que darão suporte à candidatura. O prefeito Darci Lermen está na linha de frente da articulação.

 

PODER

Aliás, em Parauapebas, a máquina da Prefeitura mostrou sua força. O prefeito Darci Lermen não aceitou a decisão do governador Helder Barbalho em apoiar a candidatura do deputado Ivanaldo Braz (PDT) à sua sucessão. Quando o governador indicou o deputado Keniston Braga para presidir o MDB, Darci esvaziou o partido, retirando todos os vereadores. O PDT também não conseguiu montar uma chapa forte. Keniston ainda conseguiu, na reta final, filiar o vereador Zacarias Marques.

 

ENIGMA

Considerando o fato de que Darci não fez o que o governador queria, a pergunta que se impõe é o que o MDB vai fazer agora em Parauapebas. Vai reconhecer a força do prefeito e compor com a candidatura de Rafael Ribeiro, agora no União Brasil? Vai insistir na candidatura de Ivanaldo Braz? Ou vai lançar a candidatura do deputado federal Keniston Braga? Pelo sim pelo não Keniston já vem abrindo frentes de conversa com Darci e Rafael, ao mesmo tempo em que mantém sua aliança com Braz.

 

 

NÃO

Nos bastidores, circula a informação que o ex-deputado Nilson Pinto teve uma conversa com Rafael Ribeiro (foto acima), que falou a ele da possibilidade de se filiar ao União Brasil ou ao PSDB. Segundo nossas fontes, Pinto comunicou a conversa ao governador Helder Barbalho, que teria orientado o ex-deputado a abrigar o emedebista no ninho tucano. Que não deixasse Rafael optar pelo União Brasil.

 

PROJEÇÃO

Além de Daniel Santos, que já se tornou o principal adversário do projeto do governador de eleger sua vice, a movimentação do ministro Celso Sabino, com o fortalecimento do União Brasil, sobretudo com deserdados do MDB, acendeu a luz amarela nos corredores palacianos. Não por acaso, nos últimos dias, a obsessão de filiar todos os candidatos competitivos da base governista ao MDB cedeu espaço a um pequeno fortalecimento do PP. Para deter o crescimento do UB.

 

AVANTE

Já o vereador Aurélio Goiano, depois de lhe terem retirado o PL, decidiu mesmo se filiar ao Avante do deputado Wescley Tomaz. A direita, como se imaginava, ficou dividida em Parauapebas. O médico Felipe Augusto, que foi candidato a governador no último pleito, decidiu deixar o Republicanos e se filiou ao PL, para se vincular mais diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

FORTALECIDO

Deputado Igor Normando (MDB) – foto abaixo –  vem fortalecendo sua candidatura a prefeito em Belém. Depois da adesão da maioria dos vereadores da Câmara Municipal, Igor vem avançando na conquista dos partidos políticos. Além do MDB, ele já contabiliza o apoio do PSD, PSDB/Cidadania, União Brasil, PP e PRD. Com essa coligação, Normando terá um excelente tempo de televisão para apresentar suas propostas.

 

 

 

PARAGOMINAS

Instituto Doxa realizou pesquisa eleitoral em Paragominas entre os dias 27 e 30 de março. Pelos números, o ex-prefeito Sidney Rosa (MDB) lidera a disputa, com 39,2% das intenções de voto. O prefeito Lucídio Paes (PSD) vem em segundo, com 20,1%; o ex-prefeito Paulinho Tocantins surge com 8,9%, seguido de Hezinho, com 4,8% e a vereadora Tatiane Helena, com 4,5%. No item rejeição, o atual prefeito lidera com 34%, seguido por Sidney Rosa, com 20,3%; Paulinho, com 8,4%; Hezinho com 4,9% e Tatiane Helena, com 6,2%. A gestão de Lucídio é aprovada por 28,9% e desaprovada por 55,2%. A pesquisa foi registrada no T.R.E. sob o número PA-01932/2024.

 

COLHEITA

Paragominas é um município de perfil conservador, com forte presença do bolsonarismo. No entanto, nas eleições de 2022, o prefeito dr. Lucídio Paes decidiu seguir a orientação do governador Helder Barbalho e se empenhou no apoio à candidatura do presidente Lula no segundo turno. Lucídio esperava agora a retribuição, com o apoio de HB à sua tentativa de reeleição. No entanto, o nome escolhido pelo MDB foi o de seu principal adversário, Sidney Rosa. O entorno do prefeito é um pote até aqui de mágoas.

 

ABAETETUBA

Em Abaetetuba, o Instituto Doxa realizou pesquisa eleitoral entre os dias 30 de março e 1 de abril. Pelos números, a prefeita Francineti Carvalho (MDB) registrou 21,2%; o vice Gito da Colônia cravou 20%; seguidos de Adamor, com 13,1%; ex-deputado Galileu, com 12,6%; o advogado Pedro Henrique, com 4,4%; vereador Edinho dos Transportes, com 2,5% e Marquinhos, com 1%. Francineti tem a maior rejeição, com 36,7% e Pedro Henrique a menor, com 1,6%. A pesquisa foi registrada no T.R.E. sob o número PA-04034/2024.

 

FRASE

Ditado popular: “Bom cabrito não berra”.

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