“Só aumenta o isolamento de Israel”, disse ex-chanceler. Israel adotou a medida após presidente comparar ação em Gaza ao Holocausto
O ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, classificou como absurda a decisão de Israel de declarar Lula “persona non grata” após o presidente comparar as mortes de palestinos em Gaza ao Holocausto. “Isso é coisa absurda. Só aumenta o Isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse Amorim ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, nesta segunda-feira (19), ressaltando que se trata de uma opinião pessoal por ainda não ter falado com Lula.
O Itamaraty não pretende escalar a crise diplomática e uma manifestação oficial da chancelaria brasileira só deve ocorrer após o embaixador Frederico Meyer se apresentar formalmente na chancelaria de Israel. Meyer foi convocado pelo governo israelense a prestar esclarecimentos, num sinal claro de descontentamento diplomático.
Ainda segundo o blog, fontes do Itamaraty e integrantes do PT disseram que o presidente está certo em criticar mortes de palestinos, mas que declaração foi “falta de freio” e que “nada é comparável ao Holocausto”. Parte dos assessores considera a fala um erro do jeito que foi feita. Uma das fontes ouvidas pelo blog diz acreditar que a declaração deu munição para Israel inverter a equação e tirar a pressão sobre a operação em Gaza. “Pode anotar, agora que Lula falou, outros líderes também vão falar”, disse a fonte.
(Foto: Adriano Machado/Reuters)