CNJ vai indicar à PF que Moro desviou recursos da Lava Jato

Auditoria realizada na 13ª Vara Federal de Curitiba aponta que Moro teria cometido peculato ao desviar recursos da Lava Jato para uma fundação privada. Além de Moro, o relatório detalha participação da juíza Gabriela Hardt, do ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e de gerentes da Petrobras

 

A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai pedir para que a Polícia Federal (PF) abra investigação criminal contra o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por peculato. Segundo o órgão, Moro, enquanto juiz, teria cometido peculato ao desviar recursos da Lava Jato para uma fundação privada. As informações são da jornalista Andreia Sadi, do portal G1 e GloboNews, que teve acesso ao documento da auditoria realizada pela Corregedoria do CNJ e que foi aprovado na última sexta-feira (7).

A ideia é que as informações sejam encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) e para o Supremo Tribunal Federal (STF) para que, então, a PF abra uma investigação no âmbito criminal contra o senador. A sugestão consta em um relatório da auditoria realizada na 13ª Vara Federal de Curitiba, assinado pelo delegado da PF Élzio vicente da Silva, que auxilia o corregedor nacional, ministro Luís Felipe Salomão.

Além de Moro, o relatório também detalha uma possível participação da juíza federal Gabriela Hardt, do ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e dos gerentes da Petrobras Taísa Oliveira Maciel e Carlos Rafael Lima Macedo, na suposta tentativa de desviar recursos destinados ao Estado para uma fundação voltada a interesses privados.

De acordo com o documento, Sergio Moro, à época juiz da Lava Jato, teria aberto um processo sigiloso para desviar recursos provenientes de delações e acordos de leniência para uma conta da Petrobras. Como o CNJ possui apenas atribuições administrativas, não tem competência para julgar Moro, que atualmente ocupa o cargo de senador. Entretanto, se o caso for encaminhado à PF, o parlamentar poderá ser alvo de investigações criminais. A pena para o crime de peculato varia de 2 a 12 anos de prisão, além de multa. (Foto: Valor Econômico)

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