Em abril deste ano, ele chamou a parlamentar de “assessora de assuntos de cama”. Para a promotora, o pedetista agiu de forma intencional para constranger e humilhar Janaína Farias, menosprezando-a por sua condição de mulher
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) virou réu na Justiça Eleitoral pelo crime de violência política de gênero contra a senadora cearense Janaína Farias (PT), segunda suplente do ministro da Educação Camilo Santana (PT). A decisão foi assinada pelo juiz Victor Barroso, da 115ª Zona da Justiça Eleitoral, em 11 de julho. Na avaliação do magistrado, o político teria “constrangido e humilhado” Farias com insinuações sobre sua capacidade de exercer mandato na Casa Alta.
A denúncia foi encaminhada pela procuradora Sandra Viana Pinheiro à Justiça Eleitoral no início de maio. O documento menciona ao menos três ocasiões nas quais o pedetista ofendeu a senadora. Em abril deste ano, ele chamou a parlamentar de “assessora de assuntos de cama” do ministro da Educação, Camilo Santana.
Depois ele voltou a ofendê-la, chamando a senadora de “cortesã”. Estes episódios se uniram a outros que envolvem falas machistas de Ciro contra mulheres em espaços de poder. Segundo o MP Eleitoral, Ciro constrangeu e humilhou a senadora, “desmerecendo-a para o exercício do mandato em razão do gênero dela, com insinuações de cunho sexista e misógino”.
O art. 326-B do Código Eleitoral, a partir da Lei 14.192/2021, tipifica o crime de violência política de gênero e prevê pena de reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, para casos como o de Ciro.
(Foto: Aloísio Maurício/Estadão Conteúdo)