Nesta terça-feira (13), o governo do Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicou uma declaração conjunta com a China referente ao conflito na Ucrânia. Na declaração, ele e o presidente chinês, Xi Jinping, manifestaram apoio à proposta apresentada no sábado (10) pelo presidente russo, Vladimir Putin, que sugere a realização de “diálogos diretos” com Kiev.
O relatório foi gerado após a solenidade de assinatura de acordos entre as duas nações, acompanhada de pronunciamentos dos respectivos chefes de governo.
“Vencer a irracionalidade das guerras é igualmente fundamental para o progresso. Os ‘Acordos Comuns entre Brasil e China para uma Solução Política da Crise na Ucrânia‘ estabelecem um alicerce para um diálogo amplo que possibilite a restauração da paz na Europa“, declarou Lula, referindo-se à proposta apresentada por Brasil e China no ano anterior.
De acordo com a declaração, os dois países “desejam que comece, o mais rapidamente possível, uma conversa direta entre as partes“ como a única maneira de encerrar a disputa.
Na última sexta-feira (9), Lula e Xi estiveram em Moscou, capital da Rússia, para celebrar o Dia da Vitória, onde realizaram encontros bilaterais com Putin.
O comunicado também afirma que as nações aguardam uma “resposta favorável” do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Leia o documento na íntegra.
Declaração conjunta Brasil-China
(Pequim, 13 de maio de 2025)
1. O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido.
2. Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito.
3. O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes.
Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.
4. Comprometidos com esse objetivo, em maio de 2024 o Brasil e a China conclamaram todas as partes a criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro, lançaram nas Nações Unidas o Grupo de Amigos da Paz, que congrega países do Sul Global.
5. O Brasil e a China seguem à disposição, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para pôr fim ao conflito.
Na imagem destacada, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidente da China, Xi Jinping, durante a cerimônia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo, em Pequim (Foto: Ricardo Stuckert / PR)