CGU aponta irregularidades em obras bancadas com verba ligada a Alcolumbre

Verba de quase R$ 5,4 milhões para obras em Macapá foi articulada pelo senador Davi Alcolumbre em 2016

 

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma série de irregularidades em obras realizadas em Macapá (AP), que foram financiadas com verbas articuladas pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um dos mais influentes parlamentares da Casa. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a CGU apontou diversas falhas, incluindo pagamento de serviços que não foram executados, erros na licitação e concluiu que a construtora conseguiu, de forma inadequada, o aval para participar da concorrência.

“A empresa vencedora foi a CCN (Construtora Cimentos do Norte), criada pela ex-deputada estadual Francisca Favacho, que recentemente trocou o Pros para integrar a cúpula do MDB no Amapá. Ela é mãe do deputado federal Acácio Favacho (MDB-AP)”, destaca a reportagem.

A empresa foi fundada em 2017, pouco após a assinatura do convênio de repasse de verba entre os Ministérios das Cidades e a Prefeitura de Macapá. As obras incluíram pavimentação, construção de ciclovia e melhoria de calçadas em um trecho de aproximadamente 2,5 km pela Avenida JK, entre o Complexo do Araxá e o Marco Zero do Equador.

A licitação, concluída em 2019, enfrentou questionamentos na Justiça. As obras foram finalizadas apenas em 2021, despertando a atenção para possíveis irregularidades. A emenda parlamentar de quase R$ 5,4 milhões articulada por Alcolumbre em 2016 financiou o projeto, que, corrigido pela inflação, equivale a R$ 7,78 milhões atualmente.

Durante o período da execução das obras, Davi Alcolumbre ocupava o cargo de presidente do Senado, tornando-se o principal negociador de emendas parlamentares com o governo Jair Bolsonaro (PL). A partir desse momento, o Amapá passou a receber uma fatia significativa do Orçamento por meio de acordos políticos no Congresso.

Ainda conforme a reportagem, Davi Alcolumbre negou qualquer relação com a construtora e enfatizou que a execução dos contratos, incluindo emendas parlamentares, é responsabilidade do Poder Executivo. A Construtora Cimentos do Norte contestou o relatório da CGU, negando irregularidades e questionando os critérios da auditoria.

(Foto: Reprodução)

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