Censo 2022: País tem 479 mil pessoas que vivem em penitenciárias

As penitenciárias concentram a maior parte dos 837.251 moradores em domicílios coletivos em todas as regiões do Brasil, segundo o IBGE. Contingente representa uma alta de 22,6% frente a 2010, quando era de 682.896 moradores

 

Cerca de meio milhão de pessoas (479,2 mil) vivem em penitenciárias ou centros de detenção no país, segundo mostram os dados do estudo Censo Demográfico 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos: Resultados do universo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6).

O instituto ampliou o número de tipos investigados dos chamados domicílios coletivos, que são instituições ou estabelecimentos em que há subordinação administrativa entre os moradores, como penitenciárias, asilos, abrigos e hotéis, entre outros. São contabilizados apenas os moradores habituais desses locais: viajantes hospedados em uma pousada não entram nessa conta. Antes da edição de 2022, o Censo investigava o total de domicílios coletivos e alguns grupos, mas não com o atual nível de detalhamento.

Ao todo, o Brasil tinha 837.251 pessoas que viviam em domicílios coletivos em 2022. O contingente representa uma alta de 22,6% frente a 2010, quando era de 682.896 moradores. Na passagem entre os Censos de 2000 e 2010, o aumento tinha sido de 25%. Mesmo com o crescimento em 2022, o número de moradores em domicílios em coletivos no país respondia por menos de 0,5% da população que vivia em domicílios particulares ocupados (202,083 milhões de pessoas) naquele ano.

“Apesar de ser uma população pequena, há questões específicas em termos de políticas públicas, como é o caso dos domicílios improvisados. Por isso a importância da pesquisa”, explica o analista do IBGE Bruno Perez, responsável pelo levantamento.

As penitenciárias são o tipo de domicílio coletivo mais frequente no país, com 57,2% do total deste tipo de domicílio e 0,2% da população brasileira. O IBGE contempla neste número apenas os detentos condenados, ainda que em primeira instância, mas pode incluir também bebês que são filhos de presas e vivem com suas mães. Assim, o analista do IBGE esclarece que não é possível mensurar a população carcerária por esses números. “Os números de presídios são diferentes de outros indicadores, como Ministério da Justiça, porque o Censo não contempla os moradores provisórios”, diz.

(Foto: Reprodução)

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