Caso Daniel Alves: Defesa diz que vai recorrer da condenação e que jogador está ‘inteiro’

Brasileiro foi considerado culpado por agressão sexual contra uma mulher de 24 anos, na boate Sutton, em Barcelona, ​​na noite de 30 de dezembro de 2022

 

A advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola afirmou que vai entrar com recurso após o brasileiro ser condenado a quatro anos e seis meses de prisão por agressão sexual, além de uma multa por lesão corporal. A sentença foi dada nesta quinta-feira pela juíza Isabel Delgado Pérez, da 21ª Seção da Audiência de Barcelona. “Neste momento só posso dizer que vamos recorrer da sentença. Continuo acreditando na inocência do Sr. Alves. Tenho que estudar a sentença, mas posso adiantar que vamos recorrer. Alves está inteiro. Como vocês entenderão, quatro anos e seis meses é melhor que os nove e 12 que a acusação pedia, mas acredito na inocência do Alves e vamos recorrer. Defenderemos sua inocência até o fim”, declarou Guardiola.

A decisão cabe recurso para ambas as partes. Além do tempo na prisão, a Daniel Alves também foi imposto um período de cinco anos em liberdade vigiada, a ser cumprido depois da pena na prisão. Ele deve se manter afastado da casa ou do local de trabalho da vítima por pelo menos um quilômetro e não entrar em contato com ela. O colegiado de juízes aplicou ao jogador uma atenuante de reparação de danos por considerar que “antes do julgamento, a defesa depositou na conta do tribunal o montante de 150 mil euros (R$ 798 mil, na cotação atual) para que pudesse ser entregue à vítima independentemente do resultado do processo”.

Na avaliação do colegiado de juízes, o pagamento “manifesta desejo de reparação”. A Justiça, no entanto, descartou que Daniel Alves tenha cometido os fatos em estado de embriaguez, o que a defesa alegava como circunstância atenuante para uma eventual condenação, com base na lei espanhola. O tribunal considerou provado que “o arguido agarrou abruptamente a denunciante, atirou-a ao chão e, impedindo-a de se mexer, penetrou-a pela vagina, apesar de a denunciante ter dito que não, que queria ir embora”. O colegiado de juízes destacou ainda que “isto obedece ao tipo de ausência de consentimento, ao uso da violência e ao acesso carnal”.

O Ministério Público espanhol pedia a condenação do atleta a 9 anos de prisão. Já a vítima, por meio de sua equipe jurídica, solicitou pena máxima para o delito, de 12 anos. A defesa do jogador pedia a absolvição dele, mas também tentou demonstrar em juízo que ele estava embriagado na hora do fato, o que poderia levar à redução da pena, caso se ele fosse considerado culpado.

A juíza do caso convocou Daniel e as partes do julgamento na quarta-feira (21) para uma audiência nesta quinta. O julgamento ocorreu entre 5 e 7 de fevereiro e a sentença pode ser proferida até 7 de março, mas a leitura foi antecipada. No julgamento, Daniel Alves negou a agressão sexual e alegou que a relação com a vítima foi consensual. Ao longo do processo de investigação do caso, Daniel Alves trocou cinco vezes de versão sobre o ocorrido em 30 de dezembro de 2022. Em janeiro do ano seguinte, ele negou que teve relações sexuais com a vítima e que nem a conhecia, quando questionado por um programa de TV da Espanha.

(Foto: Jordi Borras/POOL/AFP)

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