Carlo Ancelotti frustra seleção brasileira e renova com o Real Madrid até 2026

CBF esperava contar com o técnico italiano no segundo semestre de 2024

 

Fim do sonho: Carlo Ancelotti não será o técnico da seleção brasileira. Nesta sexta-feira (29), o Real Madrid anunciou a renovação de contrato com o italiano e frustrou os planos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O vínculo do treinador com o clube merengue terminaria ao fim da temporada 2023/24, mas foi estendido até 30 de junho de 2026. Ancelotti era tido como certo pela CBF para assumir a seleção no segundo semestre de 2024.

Em julho, Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade na época e hoje destituído do cargo, chegou a garantir contratação do italiano enquanto anunciava Fernando Diniz, treinador do Fluminense, como comandante interino para o início das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026. Por outro lado, Ancelotti despistava sobre as chances de assumir a seleção, sempre afirmando que tinha contrato vigente com o Real.

Nos últimos dias, a imprensa espanhola já noticiava o possível acerto do italiano com o clube merengue. Os principais jornais do país apontaram que a crise na CBF, com a saída de Ednaldo e a nomeação de um interventor até a organização de novas eleições, deixava Ancelotti ainda mais longe de assumir a seleção.

Agora, em meio aos problemas políticos, a entidade terá que procurar outro técnico em definitivo. Em cinco temporadas à frente da equipe espanhola, Ancelotti conquistou nada menos que 10 títulos: duas Champions League, dois Mundiais de Clubes, duas Supercopas da Europa, uma LALIGA, duas Taças do Rei e uma Supercopa de Espanha.

“Carlo Ancelotti é o único treinador que ganhou 4 Liga dos Campeçoes e que mais tem vitórias na história da competução (118), e também é o primeiro treinador a vencer as cincos grandes ligas da Euroa (Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha”, diz o comunicado de anúncio da renovação.

Entenda o afastamento de Ednaldo Rodrigues da CBF

O caso começou quando uma ação do MP-RJ pediu a anulação de assembleia geral realizada pela CBF, em março de 2017, que alterou regras eleitorais internas. Alegou-se, à época, que as modificações não teriam obedecido aos princípios da transparência e publicidade. Em 2021, essas alterações foram anuladas. Em consequência, foram debatidas novas regras com participação dos clubes e federações e realizadas novas eleições.

Em fevereiro de 2022, foi firmado acordo (Termo de Ajustamento de Conduta) entre o MP-RJ e a CBF para conferir estabilidade em favor da entidade máxima do futebol. No começo deste mês, o TJ-RJ julgou a legalidade do TAC e anulou assembleias da CBF.

No pedido de liminar negado pelo STF, o PSD sustentou que a manutenção do afastamento do presidente da CBF pode representar represálias por parte da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). José Perdiz de Jesus foi nomeado como interventor e presidente em exercício da CBF. Isso desagradou Fifa e Conmebol, que farão uma visita ao Brasil em janeiro.

Enquanto isso, Ednaldo Rodrigues já havia recorrido no Supremo Tribunal Judicial (STJ) para reverter a situação, alegando que o seu afastamento coloca em risco “a organização do futebol no País e toda a sua cadeia econômica”. O pedido foi negado. O MP-RJ também foi ao STJ questionar a decisão do TJ-RJ, mas o Tribunal não aceitou a tese apresentada.

(Foto: Divulgação)

 

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