Cappelli responde Armínio: elite brasileira perdeu a vergonha de vez

A sugestão de manter o salário mínimo sem alterações por seis anos, promovida pelo economista Armínio Fraga durante a Brazil Conference na Universidade de Harvard e no MIT, nos EUA, continua gerando discussões polêmicas entre integrantes do governo e a sociedade. Neste domingo (13), Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), manifestou sua indignação nas redes sociais em resposta às declarações de Fraga.

“Com certeza, você aceitaria passar seis anos recebendo um salário mínimo? A elite do Brasil não esconde mais sua origem ligada à escravidão. O pavor desses exploradores do sistema financeiro é que @LulaOficial voltará a vencer”, postou Cappelli em uma mensagem no X (anteriormente conhecido como Twitter).

A declaração do presidente da ABDI não se limita a uma crítica de ordem econômica: revela o que ele como uma atitude recorrente e ideológica das elites no Brasil, que estão prontas para exigir sacrifícios dos mais necessitados, ao passo que mantêm os favores de uma minoria que se beneficia do rentismo. A expressão “parasitas do mercado financeiro” ressalta o nível de revolta em relação a uma sugestão que, na realidade, estagna o poder aquisitivo de empregados, aposentados e beneficiários, impactando diretamente os segmentos mais vulneráveis da sociedade.

Armínio Fraga, um dos indivíduos mais abastados do Brasil, com uma fortuna na casa dos bilhões e ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, compartilhou suas opiniões por meio do UOL Economia. Ele afirmou que o salário mínimo “não representa uma política pública eficaz” e propôs que sua correção ocorresse somente com base na inflação ao longo de seis anos. Fraga recomendou que os fundos poupados fossem realocados para transferências diretas e melhorias em serviços públicos.

A mensagem expõe uma visão de nação centrada na limitação de direitos sociais e na preservação da desigualdade econômica. Ao contestar fortemente essa ideia, Ricardo Cappelli oferece uma perspectiva diferente dentro da administração Lula: a de que o progresso industrial e social requer a inclusão, a valorização do trabalho e a luta contra os privilégios tradicionais das elites econômicas. (Foto: Paulo Victor Lago/Log Produções)

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