Câmara aprova reforma tributária em primeiro turno

Serão analisados ainda os destaques que podem mudar pontos da proposta

 

A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a Reforma Tributária na tarde desta sexta-feira (15), por 371 votos a 121. Os deputados ainda votarão propostas para alterar o projeto antes de entrar no segundo turno. A expectativa é concluir a votação nesta sexta. Assim, o texto será promulgado na semana que vem, marcando uma mudança histórica no sistema de impostos do país.

Foi aprovado o parecer do relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que acatou boa parte das sugestões dos senadores depois de negociações com o objetivo de evitar o retorno da proposta (PEC 45/19) ao Senado. No texto, Ribeiro manteve regimes especiais de tributação para a indústria automotiva e retirou a criação da cesta básica estendida do texto que veio do Senado, que teria desconto de 60% no Imposto sobre Valor Agregado (IVA). A cesta seria formada por produtos não atendidos com a isenção total de impostos, prevista na cesta básica nacional, que é mais restrita. Os itens da cesta estendida, agora, farão parte da cesta com imposto zerado, ou entrarão na lista de cashback, que é a devolução dos impostos.

O texto também mantém o Imposto de Produtos Industrializados (IPI) para garantir a competitividade da Zona Franca de Manaus, numa demanda do Senado para destravar a votação da proposta. O relatório foi divulgado nesta sexta-feira. A proposta aprovado pelo Senado determinava a cobrança da Cide (imposto) sobre bens similares aos produzidos na Zona Franca para manter as vantagens da região. Esse dinheiro seria destinado para a própria Zona Franca.

Isso saiu texto da Câmara. Como saída, será mantido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos similares aos da Zona Franca, fabricados em outros estados, até 2073. A reforma hoje acaba com o IPI. Assim, um produto feito na Zona Franca terá IPI em outras regiões. Ribeiro retirou, porém, a redução de imposto sobre combustíveis importados pela na Zona Franca.

Por fim , a Câmara dos Deputados manteve o regime diferenciado para os profissionais liberais, como advogados, médicos, engenheiros e contadores, na votação da Reforma Tributária. O relator cogitou retirar esse benefício, mas isso foi mantido. Essas categorias terão redução de 30% na alíquota geral. Esse era um dos temas que estavam em aberto e que dependiam de negociações entre a Câmara e o Senado.

 

Montadoras

Aguinaldo manteve prorrogação do benefício para montadoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2032, de acordo com parlamentares. Apesar disso, foi negociada com o PL a apresentação de um destaque que pode derrubar esse trecho da Reforma Tributária. Esse dispositivo foi inserido no Senado e desagradou a outros estados.

 

Auditores fiscais

A permissão para que estados e municípios possam aprovar leis para igualar remuneração da categoria aos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) saiu do texto. A medida é considerada sensível porque governadores e prefeitos podem ser pressionados a aumentar salários dessa categoria.

 

Poder do Senado

Também saiu os dispositivos que dão poderes ao Senado para definir a alíquota dos novos tributos sobre combustíveis e para sabatinar e aprovar o nome do presidente do comitê gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que reunirá o ICMS e o ISS.

 

Saneamento e transporte aéreo

Saiu do texto a inclusão do transporte aéreo e o senamento básico dos regimes específicos (que terão imposto definido depois). Também sai do texto o regime específico para micogeração de energia.

 

Prêmio para entes federativos

Também saiu do texto o prêmio para estados que aumentaram a arrecadação.

(Foto: Reprodução/Internet)

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