Câmara aprova MP que prevê retomada do Minha Casa, Minha Vida

MP editada pelo governo Lula perde validade se não for aprovada em definitivo até dia 14. Versão atual prevê participação de outros bancos, além da Caixa – o que não estava na MP original.

 

Em votação na manhã desta quarta-feira (7), a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que recria o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. A matéria segue para o Senado, onde precisa ser apreciada até 14 de junho para que a MP não perca a validade. As medidas provisórias têm força de lei a partir da publicação no Diário Oficial da União (DOU), mas precisam ser aprovadas em até 120 dias para não expirarem.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), permitiu a apreciação virtual da matéria, devido a viagem de parlamentares para as bases por conta do feriado de Corpus Christi. O texto já havia passado pela comissão mista, ocasião em que o relator da matéria, deputado Marangoni (União-SP), fez diversas alterações, como a permissão para uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para projetos relacionados à Regularização Fundiária Urbana (Reurb) — vias de acesso, iluminação pública, saneamento básico e drenagem de águas pluviais.

A proposta ainda prevê reformas de imóveis inutilizados nas grandes cidades, o reajuste no valor de obras já iniciadas e o incentivo à construção de unidades próximo a grandes centros urbanos.  O relator incluiu na proposta dispositivos para descentralizar a operação do programa e permitir a atuação de outros agentes. O objetivo, segundo Marangoni, é dar agilidade às operações da iniciativa.

Para atender famílias enquadradas na Faixa 1, residentes em municípios com população igual ou inferior a 80 mil habitantes, o texto prevê, por exemplo, a habilitação de instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, inclusive bancos digitais, sociedades de crédito direto, cooperativas de crédito, órgãos federais, estaduais e municipais. Para participar da oferta pública, as instituições e agentes financeiros deverão comprovar que possuem pessoal técnico especializado, próprio ou terceirizado, nas áreas de engenharia civil, arquitetura, economia, administração, ciências sociais, serviço social e jurídico.

A retomada do programa habitacional foi uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa havia sido extinto no governo Bolsonaro, que criou o Programa Casa Verde e Amarela. A nova versão do Minha Casa Minha Vida traz mais novidades, como as três faixas de renda de beneficiados que vão até R$ 8 mil mensais. Nas áreas urbanas, a faixa 1 destina-se a famílias com renda bruta familiar mensal de até R$ 2.640; a faixa 2 vai até R$ 4,4 mil; e a faixa 3 até R$ 8 mil.

O texto da MP também prevê prioridades para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, povos tradicionais e quilombolas, além de famílias: que tenham a mulher como responsável pela unidade familiar; que tenham pessoas idosas, crianças, adolescentes e pessoas com câncer; em situação de vulnerabilidade ou risco social; em situação de emergência ou calamidade que tenham perdido a moradia em razão de desastres naturais.

Outro ponto da proposta aprovada estabelece que a União, por meio do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal, é obrigada a repassar a estados e municípios no mínimo 5% do total de recursos do programa destinados a reformas para financiar: retomada de obras paradas; obras de retrofit ou requalificação; obras em municípios de até 50 mil habitantes. Para receberem os recursos, municípios e estados deverão ter um órgão ou entidade da administração descentralizada responsáveis pela execução das políticas públicas de desenvolvimento urbano ou habitação.

(Foto: Ubirajara Machado/MDS)

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