Henrique Acker (correspondente internacional) – De 22 a 24 de outubro acontece em Kazan, na Rússia, a 16ª Cúpula do BRICS. Formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco recebeu em janeiro de 2024 a adesão do Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia. Espera-se o ingresso de novos membros a partir de 2025.
Realizado sob o lema “Fortalecendo o multilateralismo para o desenvolvimento e a segurança globais equitativos”, o encontro contará com a presença de 36 países asiáticos, africanos, do Oriente Médio e da América Latina, bem como dos chefes de órgãos executivos de seis organizações internacionais.
Os líderes do BRICS trocarão opiniões sobre questões atuais da agenda global e regional e discutirão as três principais áreas de cooperação delineadas pela presidência russa: política e segurança, economia e finanças, contatos culturais e humanitários. Mesmo que não oficialmente, as guerras da Ucrânia e o conflito no Oriente Médio também serão debatidos.
Alternativa ao dólar
Entre os diversos assuntos em pauta, destacam-se as negociações para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países do BRICS, além de medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais.
Além de instituições financeiras próprias, o bloco ainda discute a criação de um sistema de pagamento alternativo ao dólar, o chamado Brics Bridge, que seria uma plataforma para a liquidação e pagamento digital entre os membros do grupo.
Por enquanto, a única instituição financeira do BRICS em funcionamento é o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), presidido pela ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff. O chamado Banco do BRICS é usado para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento entre os países-membros.
Ministro Mauro Vieira chefia delegação brasileira
O Kremlin acrescentou que será dada atenção especial à possível expansão do bloco por meio do estabelecimento planejado de uma nova categoria de “estados parceiros”, que possam se aproximar do grupo e seus membros nos próximos anos.
Estima-se que o BRICS concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que representa cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o bloco concentra cerca de 42% da população mundial.
Apesar de não estar presente à reunião, por recomendação médica após sofrer um acidente domiciliar, o presidente Lula participará por videoconferência. A delegação brasileira ao encontro será chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, o chanceler Mauro Vieira. O Brasil assume a Presidência Anual do BRICS em janeiro de 2025.
Por Henrique Acker (correspondente internacional)
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