Supremo Tribunal Federal começou a realizar a oitiva dos acusados de participação no crime que resultou na morte de Marielle e Anderson
Em depoimento prestado por videoconferência ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) negou conhecer o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista dela, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, em 2018. O parlamentar ainda elogiou Marielle e disse que os dois tinham uma boa relação e que ela tinha um “futuro brilhante”.
“É uma maldade o que fizeram. [Marielle tinha um] Futuro brilhante, sem dúvida nenhuma — declarou Chiquinho. “Ela era uma vereadora muito amável. A gente sempre teve uma boa relação”, completou.
O julgamento do caso começou em agosto e agora a corte ouve os acusados de envolvimento com os homicídios. “Nunca tive contato com Ronnie Lessa. As pessoas são anônimas para você muitas das vezes. Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu nunca na vida tenho lembrança de ter estado com essa pessoa”, disse Brazão, que é apontado como um dos mandantes do crime.
Ele também afirmou que o irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, também não conhece Lessa. Ambos estão presos por conta da acusação de envolvimento com os assassinatos. A audiência foi conduzida pelo juiz Ailton Vieira, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Brazão chorou diversas vezes durante a oitiva, lembrou da rotina que tinha antes de ser preso. O deputado foi citado por Lessa em um acordo de delação premiada. O ex-PM afirma ter feito um tratado de U$ 10 milhões para cometer o crime e citou os irmãos Brazão como mandantes.
Ele teria recebido a proposta de obter um loteamento no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. “Não é uma empreitada para você chegar ali, matar uma pessoa e ganhar um dinheirinho”, declarou Lessa no depoimento. Também estão sendo ouvidos o delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira, também réus no caso.
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