Brasil volta ao ranking dos 50 países mais inovadores no mundo

País subiu 5 posições em relação a 2022; voltou a estar entre os 50 primeiros colocados depois de 12 anos. Evolução reflete os resultados da política de neoindustrialização induzida pelo governo federal

 

O Brasil subiu cinco posições no Índice Global de Inovação (IGI) na comparação com o ranking de 2022 e agora ocupa o 49º lugar entre 132 países, passando a ser o 1º colocado da América Latina. O país volta a figurar entre os 50 mais inovadores depois de 12 anos. A última vez foi em 2011, sob a presidência de Dilma Rousseff, quando registrou sua melhor posição, em 47° lugar. No ano passado, o Chile estava à frente do Brasil, que agora é o 52° da lista. Já entre os cinco países do BRICS, o Brasil está na terceira colocação, à frente da Rússia (51º lugar) e da África do Sul (59º). A China é a 12º colocada, e a Índia ocupa o 40º lugar. A partir de janeiro, o bloco passará a contar com outros seis países. Os dez países mais bem colocados no índice são: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul.

A classificação é divulgada anualmente, desde 2007, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO, na sigla em inglês), em parceria com o Instituto Portulans e o apoio de parceiros internacionais – no caso do Brasil, a CNI e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), parceiras na produção e divulgação do IGI desde 2017. A divulgação ocorreu na abertura do 10º Congresso Internacional de Inovação da Indústria, realizado na última quinta-feira (28), em São Paulo, pela CNI em parceria com o Sebrae. O evento é apontado como um dos maiores sobre inovação da América Latina e reúne especialistas brasileiros e estrangeiros para debater o tema e propor diretrizes de uma estratégia nacional para a indústria brasileira.

Segundo o Índice Global de Inovação (IGI), os dez países mais bem colocados no índice são: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. A classificação, divulgada anualmente desde 2007, é reconhecida pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas como um instrumento de referência para avaliar a inovação em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Esse novo avanço é mais um resultado da política de neoindustrilização induzida pelo governo Lula com o objetivo de fortalecer o setor produtivo, promover o desenvolvimento sustentável e gerar emprego e renda para os trabalhadores, melhorando, dessa forma, a qualidade de vida da população. Uma das ações importantes nessa linha é o investimento de R$ 66 bilhões, até 2026, que será feito por meio do Programa Mais Inovação Brasil, destinado a alavancar a economia criativa, que hoje emprega 7,4 milhões de trabalhadores no país – número do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o 4º trimestre de 2022.

Voltado às micro, pequenas, médias e grandes empresas, o programa vai oferecer crédito com a menor taxa de juros da história para inovação, de 4%. Segundo o Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a economia criativa deve gerar 1 milhão de empregos no país até 2030. O Mais Inovação Brasil é executado por meio de parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Outra iniciativa importante é a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, lançada pelo presidente Lula com previsão de investimentos de R$ 42 bilhões até 2026. Com seis programas estruturantes, o objetivo da Estratégia é expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS e reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros. A maior autonomia do país é fundamental para reduzir a vulnerabilidade do setor e assegurar o acesso universal à saúde para todos.

A neoindustrialização está presente em mais de 50 políticas públicas de 24 ministérios do governo Lula, como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 1,4 trilhão até 2026 e R$ 300 bilhões após esse ano. O governo estima que 4 milhões de postos de trabalho sejam gerados com as ações do programa.

O vice-presidente da República e titular do MDIC, Geraldo Alckmin, comemorou o avanço do Brasil no ranking internacional de inovação. “Mais uma boa notícia, o Brasil avançou 5 posições, em comparação com o ano passado, entre os países mais inovadores do mundo. O resultado vem do Índice Global de Inovação 2023, que colocou o Brasil na melhor posição na América Latina. E ainda há espaço para avançarmos muito, como em 2011, quando promovemos pesquisa e desenvolvimento para valer, aproximando os setores público e privado”, disse Alckmin, nas redes sociais.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que o Brasil tem condições de crescer a cada ano no ranking, por meio de investimentos e políticas direcionadas à ciência, tecnologia e inovação (CT&I). “A posição do Brasil no Índice Global de Inovação vem melhorando nos últimos anos. No entanto, temos um potencial muito inexplorado para melhorar o nosso ecossistema de inovação, atingir o objetivo de integrar os setores científico e empresarial e, consequentemente, promover maior inovação”, afirma.

“Precisamos de políticas públicas modernas e atualizadas e, para isso, o IGI tem o papel fundamental de auxiliar na compreensão dos pontos fortes e fracos do Brasil. A CNI e a MEI estão conscientes da importância de medir a inovação para viabilizar políticas eficazes, alcançar resultados sólidos em atividades de CT&I e promover o desenvolvimento social e econômico”, acrescenta Robson Andrade.

(Foto: Olhar Digital)

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