‘Brasil vai crescer mais de 2,5% em 2024’, prevê André Esteves, do BTG

Para banqueiro, PIB vai surpreender positivamente com ajuda de reformas

 

O banqueiro André Esteves, fundador do BTG Pactual, afirmou que o Brasil terá um crescimento econômico superior a 2,5% em 2024, destacando que o país tem superado expectativas de crescimento nos últimos anos. Ele enfatizou que nos últimos dez anos, o Brasil foi o país mais reformista do mundo e “está em uma situação melhor do que em qualquer outro momento da história”.

Segundo o especialista, a proporção de trabalhadores no emprego formal recebendo mais do que o salário-mínimo nunca foi tão grande, o que é motivo de orgulho para o país. Ele atribuiu esse sucesso a uma série de acertos, incluindo reformas trabalhistas e previdenciárias, privatizações e a independência do Banco Central.

“A gente nunca teve no emprego formal uma proporção tão grande de trabalhadores ganhando mais do que o salário mínimo”, disse durante participação no Forum Esfera, realizado no fim de semana no Guarujá, litoral de São Paulo. “Essas são estatísticas com todos os desafios que a gente tem pela frente, que nos devem trazer orgulho. Isso acontece por uma sequência de acertos”, afirmou Esteves citando como exemplos as reformas trabalhista e da previdência, as privatizações e a independência do Banco Central.

Esteves fez elogio ao Ministério da Fazenda “pela obstinação de entregar um quadro fiscal equilibrado, porque não é simples”. “Finanças públicas equilibradas significam juros de equilíbrio neutro, baixos ou mais baixos de onde eles estão, e acho que o Ministério da Fazenda compreendeu isso de uma maneira muito clara e tem perseguido isso”, disse.

O banqueiro disse ainda que a sociedade está sinalizando que o aumento da carga tributária chegou ao limite, “o que significa que se a gente precisa chegar no equilíbrio fiscal, a gente precisa trabalhar também do lado da otimização dos nossos gastos.”

No mesmo evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a importância de entender as razões para a alta do juro estrutural neutro do país, destacando que a política fiscal é uma das causas. “O juro não é a causa, mas a consequência. Se fosse a causa, era apenas questão de baixar o juro. É óbvio, a gente gostaria de ter a taxa de juros mais baixa possível, mas nossa taxa de juros estrutural é alta”, disse Campos Neto.

O atual presidente do BC ainda defendeu que o trabalho do Banco Central seja feito com credibilidade, destacando que uma política monetária autônoma e credível pode reduzir a taxa de juros real longa. Ele ressaltou a importância da estabilidade econômica e da percepção dos agentes de que a dívida pública irá convergir em algum momento.

“Se a gente determinar a taxa de um dia de tal forma que não tenha credibilidade, o que vai acontecer com esse juro real longo, vai subir ou vai cair? Vai subir. O trabalho da Selic feito com credibilidade, quando as pessoas entendem que está sendo feito de forma autônoma e com credibilidade, faz com que a taxa de juros real longa caia”, afirmou.

(Foto: Reprodução / YouTube / Grupo Esfera)

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