Número quase quadruplicou nos últimos cinco anos, saindo de 342 em 2017 para 1.294 neste ano
O número de pesquisadores de instituições brasileiras na lista dos cientistas com maior impacto do mundo quase quadruplicou em cinco anos. Saltou de 342 em 2017 para os 1.294 em 2022 (alta de 278%). O ranking é elaborado anualmente pelo professor John P. A. Ioannidis com pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos e classifica os cientistas em suas respectivas áreas de atuação. A quinta edição da “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators” foi publicada recentemente pela Elsevier, a maior editora científica do mundo.
Dentre os cientistas brasileiros listados estão nomes que tiveram destaque no combate à Covid, como o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Lotufo; a pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical Ester Sabino, responsável pelo sequenciamento do coronavírus; Ricardo Gazzinelli, coordenador do CT Vacinas, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e responsável pela primeira vacina 100% brasileira contra a Covid; e a médica cardiologista Ludhmila Hajjar, que atendeu dezenas de pacientes durante a pandemia e recusou o convite para integrar o Ministério da Saúde no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Dos pesquisadores brasileiros incluídos na nova atualização, 528 (40,8%) são ligados a instituições paulistas e 482 integram quadros de universidades, segundo informações da USP. Dentre esses, 244 são pesquisadores da USP, 89 da Unicamp, 67 da Unesp, 26 da Unifesp, 16 da UFABC e 12 da UFSCar. Outras instituições brasileiras que tiveram pesquisadores citados na publicação são: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Lavras (UFLA). A seleção dos pesquisadores é feita por meio de uma análise de registros do Scopus, um dos mais importantes bancos de dados mundiais de resumos e citações científicas revisadas por pares, com mais de 85 milhões de publicações editadas por mais de sete mil editoras.
Esses 1.294 cientistas fazem parte dos 100 mil mais influentes ou incluídos entre os 2% maiores em cada subárea do conhecimento, segundo levantamento de 2022. Considerando os dois indicadores, a lista final contém 210.198 pesquisadores. O Brasil tem, assim, 0,61% do total, ocupando a 25ª posição no ranking global. Nos anos anteriores, foram 1.212 (2021), 1.132 (2020) e 853 (2019). Os dados de 2018 não estão disponíveis.
Os cinco países com mais cientistas influentes são Estados Unidos (69.258), China (23.484), Reino Unido (16.797), Alemanha (10.087) e Canadá (7.889). No levantamento, é possível avaliar a influência do cientista pelo impacto de sua carreira científica e também analisar indicadores de anos específicos. A atualização, divulgada no dia 4 de outubro, traz os principais pesquisadores do mundo com citações até o final de 2022.
A metodologia utiliza o índice composto de citações (c-core), calculado com base em seis parâmetros:
- Número total de citações (exceto autocitações);
- Índice H (quantifica a produtividade e o impacto de artigos científicos mais citados);
- Índice de coautoria de Schreiber ajustado (índice Hm);
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é um único autor;
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é o único autor ou o primeiro autor;
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é o único autor, o primeiro autor ou o último autor.
(Foto: iStock)