Brasil, Colômbia e México voltam a cobrar dados de votos e garantia de direitos na Venezuela

A cobrança, desta vez, partiu dos ministros das Relações Exteriores, que pedem mais transparência no processo eleitoral da Venezuela. Milhares de pessoas foram presas no país após protestos da oposição

 

Após uma primeira cobrança feita por presidentes de seus países, os ministros das Relações Exteriores do Brasil (Mauro Vieira), da Colômbia (Luis Gilberto Murillo) e do México (Alicia Bárcena) divulgaram na noite desta quinta-feira (8) um segundo comunicado conjunto em relação às eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho, pedindo mais transparência no processo eleitoral do país latino e que as forças de segurança garantam o exercício do direito democrático no país, “dentro dos limites da lei”.

Os chanceleres também fazem um apelo ao presidente Nicolás Maduro e à oposição “moderação” em eventos públicos. “[Os ministros] reiteram o chamado aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos e às forças de segurança do país para que garantam o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância”, diz a nota.

Declarado vencedor da eleição realizada no último dia 28 de julho pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro adotou uma política repressiva em manifestações promovidas pela oposição, que afirma que o vitorioso na disputa foi o diplomata Edmundo González. Estimativas de grupos de defesa dos direitos humanos apontam que até duas mil pessoas foram presas no país.

Durante a reunião, os ministros reafirmaram sua posição de que a apresentação dos resultados do pleito pelo CNE, desagregados por mesa de votação. “Ao tomarem nota da ação iniciada perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) sobre o processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais”, diz o texto.

Na nota, os três países também defenderam que se permita a “verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular”. “Expressando, uma vez mais, seu respeito à soberania e vontade do povo venezuelano, anunciam que continuarão a manter conversas de alto nível e enfatizam sua convicção e confiança de que as soluções da situação atual devem surgir da Venezuela. Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país”, afirma o texto.

(Foto: Yuri Cortez / AFP)

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