Anúncio antecipado pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, mostra que resultado superou as previsões. Crescimento foi de 13,6% em valores nominais e 9,08% acima da inflação
Na próxima quarta-feira (24), a Receita Federal vai divulgar os números da arrecadação do primeiro semestre do ano. Mas em entrevista à Agência Brasil nesta terça-feira (23), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou que houve um novo recorde, com crescimento de 13,6% em valores nominais e 9,08% acima da inflação em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ele revelou que somente em junho, a arrecadação aumentou 15,72% em termos nominais e 11,02% acima da inflação, comparado ao mesmo mês do ano passado. O secretário atribuiu o aumento do déficit primário previsto para R$ 28,8 bilhões principalmente às desonerações da folha de pagamento para 17 setores da economia e pequenos municípios.
“A arrecadação está boa, mas ainda um pouco abaixo do necessário para cobrir as despesas devido a algumas desonerações e frustrações de receita,” explicou Barreirinhas, destacando o impacto das políticas de desoneração que totalizam um custo estimado em cerca de R$ 25 bilhões para os cofres federais.
Este ano, o governo Lula enfrenta o desafio de cumprir uma meta de déficit primário zero, necessitando de R$ 168 bilhões em receitas adicionais. Até o momento, as projeções indicam a expectativa de arrecadar R$ 87,138 bilhões adicionais no segundo semestre.
Barreirinhas comentou também sobre a nova taxação de 20% sobre produtos importados via internet até o valor de US$ 50, uma medida incluída na lei do Programa Mover. Ele informou que os primeiros resultados dessa taxação serão avaliados para ajustar as estimativas de receita no relatório de setembro.
O governo também adiou a cobrança do novo imposto para agosto, permitindo tempo para que a Receita Federal implemente um sistema eletrônico de arrecadação, enquanto mantém a alíquota zerada para a importação de medicamentos pela internet.
(Foto: Washington Costa/MF)