Nesta quarta-feira (12), o governo do Brasil informou que irá examinar todas as opções de resposta no âmbito do comércio internacional em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que instaurou uma tarifa de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio, com início hoje. Nesse contexto, a opção de acionar a Organização Mundial do Comércio está entre as alternativas mencionadas no comunicado.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma entidade multinacional responsável por regular as atividades de comércio internacional, estabelecer normas, administrar acordos comerciais e mediar conflitos. O Brasil e os Estados Unidos são dois dos 166 países que integram a OMC, que representa 98% do comércio global.
A cobrança de tarifas estabelecida por Trump representa uma estratégia protecionista em favor das indústrias de aço dos Estados Unidos, permitindo que elas tenham uma vantagem competitiva em relação aos produtos importados, que se tornarão mais caros ao entrar no país.
O Brasil está entre os países mais impactados, uma vez que é um grande fornecedor de metais para os Estados Unidos. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 54% das exportações brasileiras de ferro e aço vão para os americanos.
Em um comunicado conjunto divulgado pelos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços na tarde desta quarta-feira, o governo do Brasil expressa sua tristeza em relação à decisão.
“Essas ações exercerão um efeito considerável nas vendas brasileiras de aço e alumínio para os Estados Unidos, que, em 2024, totalizaram aproximadamente US$ 3,2 bilhões.”.
A administração brasileira afirma seu respaldo ao comércio multilateral e classifica a aplicação de restrições unilaterais como “inaceitável e errônea”.
Cooperação histórica
O comunicado enfatiza a longa trajetória de colaboração e integração econômica entre as nações, utilizando informações fornecidas pelo governo dos Estados Unidos para evidenciar que a nação liderada por Donald Trump apresenta um saldo favorável nas relações comerciais com o Brasil.
Os Estados Unidos possuem um histórico de superávit comercial com o Brasil, que alcançou cerca de US$ 7 bilhões em 2024, apenas em produtos.
O texto enfatiza a relação de “complementaridade mutuamente vantajosa” entre o Brasil e os Estados Unidos, apontando que somos o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico americano (US$ 1,2 bilhão) e o principal exportador de aço semiacabado para os EUA (US$ 2,2 bilhões, representando 60% do total das importações daquele país), um insumo crucial para a indústria siderúrgica dos Estados Unidos. O comunicado conclui afirmando que o governo trabalhará, em colaboração com o setor privado, para proteger os interesses dos produtores nacionais junto ao governo americano. (Foto: Reuters/ Reprodução)