Bom desempenho da economia faz mercado reduzir projeção de inflação e elevar previsão de alta do PIB

Boletim Focus mostra que, mais uma vez, analistas erram ao subestimar economia brasileira. Expectativa com PIB neste ano cresceu e foi para 1,68% e inflação cai para 3,81%

 

Economistas do mercado financeiro projetaram queda na inflação para 2024 e elevaram suas expectativas para o crescimento da economia brasileira neste ano. Segundo os dados do Boletim Focus, divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 3,82% para 3,81%. A publicação, que é feita semanalmente às segundas-feiras, foi adiada devido à paralisação parcial dos funcionários do BC nesta semana. Para 2025 a previsão para a inflação de 2025 subiu de 3,51% para 3,52%. A projeção para 2026, por sua vez, permaneceu nos mesmos 3,50%.

Na avaliação desta semana, houve uma alta de 0,08 ponto percentual em relação à anterior sobre o PIB, com a projeção de crescimento passando para 1,68% neste ano. O índice é também superior ao que foi colocado na primeira semana de janeiro (1,52%) e se aproxima das previsões feitas pelo governo, de 2,2%. Para os próximos três anos, o percentual esperado pelos economistas é de 2%. As projeções para a taxa básica de juros (Selic) não sofreram alterações em todo o horizonte da pesquisa. A estimativa para 2024 ficou nos mesmos 9%, para 2025, se manteve em 8,5%, assim como a projeção para 2026, em 8,5%.

Em relação ao câmbio, a mediana das projeções para o dólar em 2024 subiu de R$ 4,92 para R$ 4,93, após ficar estável por quatro semanas. A expectativa de 2025 foi mantida em R$ 5,00, enquanto a aposta para 2026 ficou em R$ 5,04. “Estamos trabalhando com crescimento superior a 2%”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de janeiro, sobre as expectativas dos economistas que jogam a previsão para baixo.

Um dos fatores apontados então por Haddad para influenciar nesse desempenho é que o marco de garantias que, explicou, “vai mudar o padrão do crédito no Brasil. Tanto do crédito imobiliário, quanto do financiamento de veículos e bem duráveis em geral. Isso pode potencializar muito também o crescimento”. O marco das garantias, citado pelo ministro, é um conjunto de mudanças nas garantias para empréstimos, com o objetivo de aumentar o acesso ao crédito e diminuir juros.

Segundo noticiado pelo jornal O Globo, “nesta semana, diversas casas de investimentos e bancos já começaram a revisar as projeções para cima. O banco de investimentos UBS BB melhorou a estimativa de 1,4% para 2%. O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, alterou a projeção de 1,87% para 2,04%. Alexandre Manoel, da AZ Quest, subiu de 1,6% para 1,8%, mas diz que o viés é de alta”.

No dia 1º de março, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará como ficou o PIB no quarto trimestre do ano passado, o que pode influenciar em novas revisões. De acordo com o relatório Prisma Fiscal de fevereiro, divulgado nesta segunda-feira (19) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a perspectiva é de que o PIB nominal atinja R$ 11,505 trilhões, contra uma projeção anterior de R$ 11,475 trilhões.

Em 2025, o montante poderá chegar a R$ 12,137 trilhões, frente a uma projeção anterior de R$ 12,112 trilhões. Para 2026, a expectativa é de que o PIB totalize R$ 12,847 trilhões, em contraposição aos R$ 12,838 trilhões anteriormente projetados. Outro relatório, do World Economic Outlook, do FMI (Fundo Monetário Internacional) dá uma dimensão do tamanho da economia brasileira na comparação com demais países da América Latina. O valor estimado para o Brasil foi de US$ 2,13 trilhões, o que o coloca no topo da lista entre as 20 maiores economias da região 2023. Em seguida vêm o México US$ 1,18 trilhão e Argentina (US$ 621,83 bilhões).

(Foto: Adobe Stock)

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