O ataque verbal dos apoiadores de Bolsonaro a Dilma replica o pronunciamento do próprio ex-presidente. Em 2015, durante uma entrevista, ao ser questionado sobre a continuidade de Dilma no cargo presidencial enquanto se tramava seu impeachment, Bolsonaro expressou um desejo de morte para a líder petista.
A ex-presidente Dilma Rousseff tem recebido diversas mensagens de apoio desde que foi hospitalizada no Shangai East International Medical Center, em Xangai, China, na última sexta-feira (21), devido a sintomas como hipertensão, náuseas e vertigens. No momento, ela lidera o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), instituído pelos BRICS.
Entre as manifestações de apoio, também se observa a presença de discursos de ódio por parte de bolsonaristas. Críticos de extrema direita têm realizado ataques contra Dilma, chegando a desejar a morte da ex-presidente nas redes sociais ao comentarem sobre sua internação.
“O capiroto está te aguardando“, “Está demorando” e “Adeus, minha querida” são algumas das postagens feitas por apoiadores de Bolsonaro a respeito da hospitalização de Dilma, capturadas pela Reação do portal Opinião em Pauta.
O discurso de ódio por parte de apoiadores de Bolsonaro em relação a Dilma ecoa as palavras do próprio Jair Bolsonaro. Em 2015, durante uma entrevista, ao ser questionado sobre a permanência de Dilma na presidência, em meio às manobras para seu impeachment, o ex-mandatário manifestou o desejo de que a petista morresse.
“Desejo que o período dela termine hoje, seja de forma súbita ou devido a algum tipo de doença, não importa como”, afirmou Bolsonaro na ocasião.
Vítima de neurite vestibular
Na noite de segunda-feira (24), a equipe de Dilma Rousseff divulgou um comunicado nas redes sociais informando que a ex-presidente foi internada devido a um quadro de neurite vestibular. Esta condição se refere à inflamação do nervo vestibular, responsável por transmitir informações sobre o equilíbrio do ouvido interno para o cérebro. O quadro causa uma sensação aguda e súbita de vertigem, geralmente sem comprometer a audição. A vertigem pode persistir por horas ou dias e é frequentemente acompanhada por náuseas, vômitos e dificuldade em manter o equilíbrio.
“A presidente está reagindo positivamente ao tratamento e deverá ter alta nos próximos dias, segundo o protocolo do hospital, que continua a realizar a assistência de forma integral durante a internação”, informou um comunicado oficial publicado nas redes sociais de Dilma.
“Dilma Rousseff encontra-se bem e tem continuado suas atividades profissionais de maneira usual durante sua internação. A Presidenta expressa sua gratidão pelas mensagens de apoio e solidariedade que recebeu“, informa a publicação.