Coronel Galhardo, ajudante de ordens e homem de confiança do deputado federal Antônio Doido (MDB), candidato a prefeito em Ananindeua, foi preso com mais de R$ 5 milhões em uma agência bancária de Castanhal na tarde desta sexta-feira (4). A Polícia Federal no Pará (PF-PA) trabalha com forte suspeita de que a dinheirama seria utilizada para compra de votos em favor de Antonio Doido, apoiado ostensivamente pelo governador Helder Barbalho (MDB), que pretende criar obstáculos à reeleição do atual prefeito do município, Daniel Santos (PSB), o seu principal desafeto político na atualidade.
De acordo com a PF, o coronel Galhardo foi preso com cerca de R$ 300 mil e o praça da Polícia Militar do Pará que o acompanhava estava com o restante do dinheiro. A prisão ocorreu quando eles saiam do banco, após sacarem direto da boca do caixa o montante. A reportagem do Opinião em Pauta apurou que o coronel Francisco de Assis Galhardo do Vale é lotado na Casa Militar da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), comandada pelo deputado Francisco das Chagas Silva Melo Filho (MDB), mais conhecido como Chicão, aliado de primeira ordem do governador Helder Barbalho. O governador, inclusive, promoveu Galhardo a coronel fechado no último dia 25.
Ainda de acordo com a apuração do Opinião em Pauta, o coronel é homem de extrema confiança de Antonio Doido a bastante tempo. Galhardo é casado com Soraia de Nazaré Oliveira do Vale, que foi secretária de Finanças do município de São Miguel do Guamá, durante o período que o prefeito era, justamente, Antonio Doido (2017-2020).
Ainda na gestão de Doido como prefeito, Francisco de Assis foi condecorado com o título de cidadão guamense pelos “relevantes serviços prestados ao município”. Na eleição municipal seguinte, quando Antonio Doido tentou a sua reeleição e foi derrotado, Francisco foi um dos principais doadores da sua campanha com a cifra de R$ 20.000,00, de acordo a página de Divulgação de Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conforme a PF, o coronel e o praça envolvidos foram conduzidos para Superintendência da Polícia Federal. A PF ainda explicou à reportagem do Opinião em Pauta que o valor exato do dinheiro apreendido está sendo contabilizado, mas já é possível garantir que ultrapassa, em muito, a marca dos R$ 5 milhões inicialmente anunciado pela corporação. “A apreensão dos aparelhos celulares deles e a continuação do inquérito policial aberto devem esclarecer mais sobre o caso e apontar outros possíveis participantes do crime em apuração”, diz a nota da PF.
Confira o vídeo da prisão:
(Foto: Divulgação/PF)