Beira-Mar e outros 22 presos são transferidos do presídio federal de Mossoró

Mudança de líder do Comando Vermelho ocorre vinte dias após a fuga inédita na penitenciária federal, considerada um dos mais seguros do país

 

Fernandinho Beira-Mar, uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV), foi transferido do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para Catanduvas, no Paraná. A operação sigilosa ocorreu no último sábado (2), 18 dias após a unidade registrar a primeira fuga de detentos de uma penitenciária de segurança máxima. Além dele, outros 22 presos foram transferidos, incluindo, Railan Silva dos Santos e Selmir Almeida, membros da mesma facção. Os nomes dos outros criminosos ainda não foram divulgados pela polícia.

A transferência ocorre quase vinte dias após o presídio federal, considerado um dos mais seguros do país, registrar as primeiras duas fugas. O trio foi levado para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Railan e Selvir foram transferidos para Mossoró no ano passado por comandarem uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco (AC), onde estavam presos.

Já Fernandinho Beira-Mar estava preso em Mossoró desde 2017, quando havia sido transferido da Penitenciária Federal de Porto Velho. Na época ele foi submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que impede contato com outros presos. Beira-Mar foi condenado a quase 320 anos de prisão por tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídios. Na época que foi transferido de Porto Velho para Mossoró, o traficante comandava um esquema de lavagem de dinheiro mesmo detido em presídio federal de segurança máxima.

Em investigações da Polícia Federal que duraram cerca de um ano, foi descoberto que o traficante juntava dinheiro para expandir os negócios para o Suriname e traficar fuzis. Ele movimentou R$ 9 milhões nos últimos dois anos. Também transferidos para Catanduvas, Railan Silva dos Santos e Selmir Almeida são do Acre e chegaram à Penitenciária de Mossoró junto com Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que fugiram em 14 de fevereiro. Todos eles fazem parte da mesma facção criminosa.

Assim como os fugitivos, a Railan e Selmir são apontado como responsáveis pela rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, no Acre, ocorrida em julho do ano passado. O motim deixou cinco mortos, sendo que três foram decapitados. A rebelião durou quase 24 horas e teve participação de 14 presos.

Na época, a defesa dos criminosos, o advogado criminalista Romano Gouveia, entrou com um pedido de impugnação, na Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), contra a transferência de Railan e Selmir. O criminalista alegou que as imagens obtidas pela Secretaria de Segurança do Acre não comprovavam o envolvimento da dupla e impetrou um habeas corpus destacando que “a lei fala que o preso deve estar próximo de sua família”.

(Foto: Edson Ferreira/AE)

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