Base de Lula deseja renovação para 2026

Uma pesquisa do Datafolha, revelada na sexta-feira (14), indicou que a taxa de aprovação do governo Lula caiu para 24%, o nível mais baixo em seus três mandatos.

Uma pesquisa recente realizada pelo Ipec e divulgada no sábado (15) revelou que 32% dos brasileiros que apoiaram Lula em 2022 acreditam que ele não deveria se candidatar a um quarto mandato presidencial.

Segundo Fábio Vasconcellos, doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o intervalo de cerca de dois anos entre as pesquisas realizadas em fevereiro e as eleições de outubro de 2026 ainda permite que Lula mude o panorama desfavorável.

“Ainda um governo a ser administrado nos próximos dois anos […] e não é possível prever quem serão os adversários em 2026 — o eleitor, em cada eleição, compara (os postulantes), considerando o cenário”, destaca Vasconcellos, que também é pós-doutorando no projeto de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (ReDem), localizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Nova pesquisa

No levantamento realizado pelo Ipec, os principais motivos citados por cerca de um terço dos eleitores de Lula em 2022 que não desejam sua candidatura em 2026 foram:

 

  • Lula, aos 79 anos, encontra-se em uma fase da vida bastante madura (31%).
  • Lula não está realizando um trabalho satisfatório (27%);
  • Lula já ocupou a presidência em três ocasiões (16%);
  • É necessário promover mudanças, permitindo que Lula abra espaço para novos indivíduos (14%).

 

“Segundo a pesquisa realizada pelo Ipec, há um aumento na oportunidade para o surgimento de novas lideranças, tanto no PT quanto em partidos parceiros”, afirma o cientista político Jorge R. Mizael, que é sócio-diretor da consultoria Metapolítica.

Mizael, que também está cursando doutorado em Ciência Política no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), acredita que Lula deve atender à demanda por renovação que surge entre sua base e precisa determinar sua postura para 2026.

“Se ele procrastinar uma decisão definitiva, pode intensificar a insegurança em sua coalizão e complicar a elaboração de uma opção viável, caso opte por não se candidatar”, comenta (Foto:  Ueslei Marcelino/Reuters)

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