Barroso diz que se referiu a extremistas e não a todos os eleitores de Bolsonaro

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou, nesta quinta-feira (13), à CNN que, durante a fala dele ontem no Congresso da União Nacional dos Estudantes, ele se referiu a um grupo de extremistas que defende ditaduras e o fim da democracia.

O ministro também destacou que não se referiu aos 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que tem o maior respeito por eleitores que são conservadores, mas democratas.

“Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”, disse.

Em vídeos publicados na internet, o ministro relembrou a época da ditadura e disse que um “longo caminho” foi percorrido “para que as pessoas pudessem se manifestar de qualquer maneira que quisessem”.

“Em 1964, houve um golpe de Estado cujo presidente foi destituído por um mecanismo que não estava na Constituição. Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos”, afirmou.

Ele também fez referência aos atos golpistas de 8 de janeiro. “Mais recentemente conseguimos resistir a um golpe de Estado que estava a caminho, portanto, temos compromisso com a história, com a verdade plural e com a obrigação de fazer um país melhor e maior”.

A declaração do magistrado sobre o bolsonarismo foi feita na noite de quarta-feira (12), durante atividade do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília.

“Saio daqui com as energias renovadas pela concordância e discordância, porque essa é a democracia que nós conquistamos. (…) Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou o ministro.

Mais cedo, em nota, o STF informou que a fala do ministro “referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”. (Foto: Divulgação/ STF)

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