Balança comercial tem saldo recorde de US$ 98,8 bilhões em 2023

Exportações, de US$ 339,7 billhões, também são as mais altas da história, mas queda de 11,7% nas importações ajudou no saldo positivo

 

A balança comercial brasileira encerrou 2023 com um saldo positivo de US$ 98,8 bilhões, o maior valor desde o início da série histórica, em 1989. O superávit é resultado de US$ 339,7 bilhões em exportações (elevação de 1,7% em relação às vendas realizadas em 2022) e US$ 240,8 bilhões em importações (queda de 11,7% na mesma comparação). Os números foram anunciados nesta sexta- feira (5) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e serviços (MDIC).

“O saldo comercial é 60% maior do que o último resultado e isso ajuda muito a economia nas reservas internacionais”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.

A corrente de comércio — a soma de tudo o que foi vendido e comprado — observou queda de 4,3%, totalizando US$ 580,51 bilhões. Somente no mês de dezembro, as exportações somaram US$ 28,8 bilhões e as importações, US$ 19,4 bilhões, com saldo positivo de US$ 9,36 bilhões e corrente de comércio de US$ 48,318 bilhões.

Segundo Alckmin, a queda nas importações teve como causa a redução dos preços dos produtos comprados no Brasil no exterior. São exemplos fertilizantes e óleo. Com a queda das importações, a corrente de comércio (soma das vendas e das compras no exterior), que chegou a US$ 580,5 bilhões, caiu 4,3%. Mesmo assim, foi o segundo maior valor da história. Em 2022, o total foi de US$ 606,7 bilhões.

Mas o saldo de quase US$ 100 bilhões não deve se repetir este ano. O governo prevê uma queda de 4,5%, levando o número para US$ 94,4 bilhões em 2024. O Brasil vendeu 14,4% a mais de soja e 11,8% de milho. Porém, teve receitas menores na exportação de café (14,1%), petróleo (13,5%) e carne bovina (19,6%), devido à queda nos preços das commodities.

As vendas de soja foram as maiores da história, o que contribuiu para que o Brasil exportasse, pela primeira vez, mais de US$ 100 bilhões para a China. Também houve recorde de exportações para Indonésia, México, Vietnã, Argélia, Uruguai e Paraguai.

Alckmin ressaltou que há um esforço conjunto no governo para que o Brasil atraia novos mercados e aumente as exportações. Entre as ações estão a diminuição da burocracia e a queda dos custos nas operações de comércio exterior. “Estamos todos trabalhando para expandir o comércio exterior”, afirmou.

Em dezembro, o saldo comercial, de US$ 9,4 millhões, também foi recorde. O resultado é a diferença entre US 28,8 bilhões em exportações e US$ 19,4 bilhões. As viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao exterior são uma outra forma de conquistar novos mercados. Alckmin destacou que Lula começou pela América do Sul, logo que assumiu. “Embora o mundo seja globalizado, também há o comércio intrarregional. Precisamos fortalecer o comércio regional, para vendermos produtos com maior valor agregado”,  disse.

“As viagens de Lula ajudam e muito a abrir mercados. Foi na presidência de Lula no Mercosul que houve o acordo com Singapura e a entrada da Bolívia”, completou.

(Foto: Divulgação/SEI)

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