Massa superaria facilmente os 50% necessários para vencer, segundo levantamento da consultoria Proyección
A primeira pesquisa realizada na Argentina sobre o segundo turno dá uma vantagem confortável para o candidato do peronismo, Sergio Massa. O ministro da Economia, da União pela Pátria (UxP), tem 44% dos votos, contra 34% do ultradireitista Javier Milei, do La Libertad Avanza (LLA). Se forem considerados apenas os votos úteis, já que 7% disseram que não irão votar e 6%, que votarão em branco (6 por cento), Massa teria mais de 50%, o suficiente para ser eleito.
O levantamento do instituto Proyección, divulgado nesta quarta-feira (25) pelo jornal de Buenos Aires Página/12, entrevistou 1.459 pessoas por telefone, mas com operadores dialogando com os entrevistados, não pelo método automático. A pesquisa buscou entender quem herdará os votos dos candidatos perdedores e o resultado foi o seguinte: dos eleitores de Bullrich, 15% declaram voto em Massa, 24% em Milei e 61% ou não sabe, ou vota em branco ou não vai votar; dos eleitores do peronista Juan Schiaretti, 42% preferem Massa e 10%, Milei — metade ou não sabe ou, acima de tudo, não pretende votar; e dos eleitores da esquerdista Miriam Bregman, 60% votarão em Massa.
Bregman foi a menos votada no primeiro turno, com 2,7% (710 mil votos). Schiaretti teve 6,8% (1,8 milhão) e Bullrich, 23,8% (6,2 milhão). A pesquisa ainda destaca o descontentamento do eleitor argentino com a instabilidade que Milei mostrou nos últimos dias, chegando a falar em incorporar até a esquerda em um eventual governo seu, enquanto Massa agiu com serenidade, pregando um governo de unidade nacional.
Bullrich declara apoio a Javier Milei
Mesmo com as advertências dos partidos União Cívica Radical (UCR) e Coalizão Cívica de que poderiam romper com a coalizão Juntos pela Mudança em caso de apoio ao candidato Javier Milei, a candidata derrotada Patricia Bullrich declarou na tarde desta quarta-feira que estará ao lado dele no segundo turno da eleição presidencial contra Sergio Massa. “Ontem à noite, tive uma reunião com Javier Milei, conversamos sobre suas declarações e nos perdoamos. O país precisa que a gente saiba se perdoar porque está em jogo algo muito importante para o futuro”, afirmou Bullrich.
Bullrich esclareceu que seu apoio a Milei é de caráter “pessoal” e compartilhado com seu ex-companheiro de chapa Luis Petri, que estava ao lado dela no pronunciamento. Portanto, os partidários das legendas que integram a coalizão Juntos pela Mudança estão formalmente liberados para votarem em quem quiserem. A candidata reconheceu ter divergências com Milei e disse que não as esconde. “Mas a maioria dos argentinos optou por uma mudança e temos a obrigação de não ser neutros”, declarou. Segundo ela, é hora de “unir forças para um objetivo maior”. Bullrich negou que haja qualquer tipo de pacto ou acordo para uma possível gestão de Milei.
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