Um levantamento exclusivo da PF (Polícia Federal) registrou 792 apreensões de drogas em aeroportos brasileiros em 2023, um número 27% superior em relação ao ano anterior e o maior desde 2015. Mais de 700 pessoas foram presas.
“De fato há um aumento no fluxo de passageiros internacionais e há um aumento também, uma continua fiscalização por parte da Receita Federal pra identificar possíveis passageiros que estejam transportando droga, então nesse trabalho acaba que aparece mais resultado também”, afirmou Flávio Machado, delegado da Polícia Federal.
O ritmo deve se manter em 2024. De janeiro a abril deste ano, já foram registradas 280 apreensões. Só no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, a PF recuperou 13,4 quilos de cocaína, praticamente a mesma quantidade contabilizada nos 12 meses do ano passado (13,7 quilos).
“O aeroporto é uma forma de transporte dessa cocaína principalmente pra fora mas também de chegada, você também tem drogas europeias chegando aqui. Porque em um aeroporto você tem facilidades, muitas vezes de colocar a droga numa bagagem escondida, protegida”, afirma Luis Frávio Sapori, especialista em segurança pública da PUC Minas.
Ele explica que a fiscalização é feita por amostra, já que não é possível revistar todos os passageiros que fazem viagens internacionais. Mas que a PF vem investindo em tecnologias para monitorar cargas e pessoas.
“Há sempre a possibilidade de alguém ter sucesso, mas vai aumentar o risco da prisão, a tecnologia vai aumentar o custo da pessoa se tornar um transportador dessa droga e diminuir um pouco a facilidade”, afirma o especialista. (Foto: Reprodução)