Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil) alegam que foram usados politicamente pelo autor do pedido de investigação que pretendia apurar a atuação de ONGs clandestinas na Cracolândia. Confira a lista de alguns dos parlamentares que apoiaram a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito
Quatro vereadores pediram para tornar sem efeito as suas assinaturas a favor da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que mira a atuação do padre Júlio Lancellotti e de organizações não governamentais no centro de São Paulo. São eles: Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB) e Sandra Tadeu (União).
Pelas redes sociais, Thammy justificou que foi vítima de “fake news” e que em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, de autoria do vereador Rubinho Nunes, do União Brasil. O filho da cantora Gretchen ainda elogiou o trabalho de Júlio Lancellotti e disse que não assinaria a proposta se soubesse que o trabalho dele seria investigado.
Sidney Cruz também ressaltou que o requerimento de criação da CPI não trazia o nome do padre. Ele protocolou um requerimento para tornar sem efeito a sua assinatura. “Não tem possibilidade de essa CPI avançar, com todo respeito ao autor. Não tem sentido. Não vejo ninguém contrário ao trabalho do padre Júlio Lancellotti. Se soubesse que ele era um dos alvos, não teria assinado o requerimento. É um desvirtuamento do objeto principal da proposta de CPI”, disse.
O tucano Xexéu Tripoli, por sua vez, afirmou que pedirá para tornar sem efeito a sua assinatura. Ao contrário dos colegas, porém, ele nega que tenha sido enganado por Rubinho. “Eu assinei o que está escrito ali (no requerimento). Existe uma investigação de ONGs que estão fazendo falcatruas na questão da alimentação dos moradores em situação de rua do centro de São Paulo. Não tem nada a ver com o padre Júlio Lancellotti”, alegou.
“Não me sinto enganado, acho que o vereador Rubinho Nunes faz um bom trabalho, que não é alinhado ao meu, mas que eu tenho que respeitar democraticamente. (Vou retirar o apoio) porque agora apareceu o nome do padre Júlio Lancellotti, e serei contra qualquer ação contra alguém que viveu a vida para os mais necessitados”, acrescentou.
A vereadora Sandra Tadeu também reforçou que é contra qualquer investigação direcionada ao padre Julio. “A CPI ainda não existe. Para ela ser instalada, é preciso passar pelo plenário e ter 28 votos. Eu assinei um documento que dizia que iria investigar as Organizações Sociais que estão loteando o serviço público da cidade. Se houver qualquer tentativa de investigar o trabalho do padre Júlio ou do padre Rosalvino de Itaquera, por exemplo, que também tem um trabalho lindo na Zona Leste, não terá meu voto no plenário de forma nenhuma”, disse a vereadora Sandra Tadeu (União Brasil).
O requerimento de criação da CPI das ONGs reuniu 23 assinaturas — com as desistências, serão 19, segundo Rubinho. A assinatura é feita à mão, o que dificulta a identificação de todos os vereadores. Entre os que assinaram estão Fernando Holiday (PL), Isac Félix (líder do PL na Câmara) e Sansão Pereira (Republicanos). Algumas assinaturas, no entanto, não estão legíveis.
O autor do requerimento, Rubinho Nunes (União) minimizou as desistenências, alegando de que eles cederam a pressão da militância que defende o padre Julio Lancellotti. E reiterou que outros vereadores já confirmaram o apoio a instalação da CPI das Ongs, mas que só o farão na véspera da votação, em plenário. “Outros vereadores querem apoiar, mas vão fazer isso depois, já que uma parcela da militância está massacrando quem apoiou a criação da CPI. Vai ter barulho, mas vamos instalar, tenho certeza.”
Confira o nome dos vereadores que assinaram o documento:
- Xexéu Tripoli (PSDB) – retirou o apoio
- Thammy Miranda (PL) – retirou o apoio – retirou o apoio
- Sidney Cruz (Solidariedade)
- Fernando Holiday (PL)
- Isac Félix (PL)
- Beto do Social (PSDB)
- Adilson Amadeu (União)
- Sandra Tadeu (União) – retirou o apoio
- Fábio Riva (PSDB)
- Bombeiro Major Palumbo (PP)
- Rodrigo Goulart (PSD)
- Jorge Wilson Filho (Republicanos)
- Rute Costa (PSDB)
(Foto: Victor Angelo/ Instagram/Reprodução)