As forças de segurança do Estado do Pará estão em estado de alerta, acionadas pelo secretário de Segurança Pública (Segup), Ualame Machado, após a morte de Leonardo Araújo, o “L41”, líder do Comando Vermelho (CV) no Pará, durante uma operação no Rio de Janeiro.
A nota foi distribuída em aplicativos de mensagens e através dos comandos dos órgãos de segurança.
“Tendo em vista os eventos ocorridos no estado do Rio de Janeiro, na data de hoje, em que houve confronto entre policiais e membros de facções criminosas, divulgamos o presente comunicado de alerta a todos os servidores de Segurança Pública do Pará”, diz o texto que começou a circular nas redes sociais e foi confirmado pelas autoridades.
A mensagem diz ainda que “tendo em vista a possibilidade de reação criminosa por parte de integrantes do Comando Vermelho, solicitamos a todos os agentes de segurança pública que elevem ao máximo o nível de atenção tanto durante o serviço, mas, especialmente, nos períodos de folga, de maneira que evitem se colocar em situação de risco e vulnerabilidade”.
“Pedimos, por fim, que qualquer ameaça ou informação relevante sobre o assunto seja imediatamente comunicada a seu superior, para que medidas sejam tomadas pelo Sistema de Segurança Pública”, finaliza o texto.
Operação no Complexo do Salgueiro
Uma operação coordenada pela Polícia Civil do Pará, com apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ), foi realizada nesta quinta-feira (23) para dar cumprimento a mandados de prisão e de busca e apreensão contra suspeitos de liderar uma organização criminosa responsável por comandar ataques contra agentes de segurança pública no Pará, e por outros crimes nos dois estados.
A Operação teve a participação da Polícia Militar carioca, por meio do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Pelas redes sociais, o governador do Pará, Helder Barbalho, parabenizou os agentes envolvidos na operação e agradeceu às forças de segurança dos dois estados.
De acordo com as investigações e o uso de recursos de inteligência, a Polícia Civil do Pará identificou que os integrantes da organização, incluindo os líderes, estavam foragidos no Rio de Janeiro, no Complexo do Salgueiro. A partir daí, a troca de informações entre as forças de segurança dos dois estados foi intensificada, até que fosse possível identificar o maior número possível de integrantes da organização criminosa e suas localizações.
Ao longo de outras apurações, também foi identificada a participação dos integrantes da organização em tráfico de drogas e de armas, extorsão a comerciantes e em assaltos a joalherias no Pará e Rio de Janeiro. O objetivo dessas ações era sustentar o grupo e a atuação fora do estado, de onde, segundo as investigações, eles conseguiam comandar os crimes.
Resultado – Cinco blindados e dois helicópteros foram utilizados na operação, que contou com a participação de aproximadamente 80 policiais de forças estratégicas, como inteligência e recursos especiais do Pará e Rio de Janeiro, o que resultou na apreensão inicial de 13 fuzis e uma pistola.
Há o registro de 13 mortes, entre elas a do principal suspeito de liderar a organização criminosa, foragido do Pará desde 2019.
Ualame Machado, secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, também ressaltou o resultado da operação, um trabalho de integração e inteligência interestadual. “Nosso foco é acabar e eliminar qualquer organização criminosa que tente atuar no Pará, e essa foi uma missão complexa, que teve resultado positivo a partir de excelente trabalho de investigação e monitoramento, que durou meses”, disse o secretário.
Monitoramento – Com a operação, umas das estratégias adotadas pelo governo do Estado é a ampliação do número de policiais nas ruas, como forma de garantir a segurança e coibir a atuação de integrantes da organização criminosa pelo Pará.
“O sistema de segurança continua integrado e, neste momento, estamos iniciando uma série de ações que vão reforçar nossa presença nas ruas e operações, para que não tenhamos situações relacionadas a essa operação como justificativa para a ação de criminosos”, destacou o chefe do Estado Maior Geral da PM do Pará, coronel Marcelo Ronald de Souza. (Foto Bope)