Empresa marcou reunião com os metalúrgicos para a próxima segunda-feira (6). Na sexta-feira (3), não conseguiu liminar no TST
A General Motors anunciou neste sábado (4) o cancelamento das 1.245 demissões efetuadas duas semanas atrás nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, todas no estado de São Paulo. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, que inclusive marcou um churrasco diante da fábrica para comemorar, ainda neste sábado (4). Segundo a entidade, a GM já marcou reunião com os três sindicatos envolvidos, na próxima segunda-feira (6), “e está realizando os trâmites internos para o cancelamento das demissões”.
O anúncio acontece um dia depois do Tribunal Superior do Trabalho ter rejeitado o pedido de liminar da montadora para que as 839 demissões feitas em São José fossem mantidas. “A retomada dos empregos é uma vitória histórica, fruto da forte luta dos trabalhadores das três cidades. Foram 13 dias de greve e muita união em defesa dos empregos. Mostramos a força da nossa categoria”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Valmir Mariano. “Essa série de derrotas (na Justiça do Trabalho) confirma que a GM agiu ilegalmente”, comentou o presidente da entidade, Weller Gonçalves.
A anulação dos cortes havia sido determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15). Da mesma forma, o TRT-2 determinou a reintegração dos 300 demitidos em São Caetano e dos 105 de Mogi das Cruzes. No TST, a corregedora-geral, desembargadora Dora Maria da Costa, confirmou a decisão do TRT-15, que havia atendido pedido de liminar do Ministério Público do Trabalho – após manifestação do sindicato. Os metalúrgicos se basearam em duas questões: a obrigatoriedade de negociação prévia em caso de demissões em massa, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), e o fato de um acordo de lay-off (suspensão dos contratos) prever estabilidade no emprego.
(Foto: Rauston Naves/TV Vanguarda)