Disputada com portões fechados não é descartada se confrontos voltarem a ocorrer
A briga generalizada na praia e nas ruas de Copacabana entre torcedores de Fluminense e Boca Juniors na tarde quinta-feira (2), acendeu um sinal de alerta para a Conmebol. Nesta sexta-feira (3), a entidade convocou uma reunião de emergência para discutir questões de segurança para a partida. Desde às 11h30, em um hotel da Barra da Tijuca, estão reunidos com os dirigentes da Conmebol representantes das duas equipes, além da CBF e da AFA, federação argentina de futebol.
A entidade quer que todos se envolvam no apelo pelo fim das hostilidades, mas não descarta tomar medidas mais drásticas. Afinal, caso as cenas de violência voltem a se repetir, a Conmebol não descarta em ter uma final de Libertadores sem público. Contudo, isso traria enorme prejuízo aos envolvidos e mancharia a imagem do torneio.
Afinal, a grande decisão entre Fluminense e Boca Juniors será transmitida para 150 países diferentes. Além disso, terá a presença do presidente da Fifa, Gianni Infantino, e do presidente da Uefa, Aleksander Čeferin. Aliás, a reunião desta sexta-feira não conta com a presença de autoridades.
A Conmebol quer envolver os clubes e as respectivas confederações neste pedido pelo fim da violência entre os torcedores. O Boca Juniors reclama bastante da falta de segurança aos seus torcedores, que não vêm sendo resguardados pela Polícia do Rio de Janeiro como o esperado pelo clube.
Uma nova medida deve ser tomada até a tarde desta sexta-feira. Ainda neste dia 3 de novembro, ambos os times estarão no Maracanã para reconhecimento do gramado antes da decisão. Haverá coletiva dos treinadores e dos capitães das equipes.
Entenda o caso
A confusão, que teve início por volta das 17h, teria começado com uma briga entre torcedores argentinos e tricolores. A Polícia Militar interveio, e usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Pelo menos 6 torcedores do Boca foram conduzidos pela Polícia Militar à 12ª DP (Copacabana) e à 13ª DP (Ipanema) para prestar esclarecimentos, na noite desta quinta-feira, após um tumulto em frente ao quiosque Buenos Aires, reduto de argentinos na praia de Copacabana. Quatro pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Siqueira Campos, também em Copacabana, com reações ao gás.
Na 13ª DP, quatro turistas argentinos detidos por desacato estavam visivelmente embriagados. Eles prestaram depoimento e foram liberados. Os turistas estão hospedados num hotel na Avenida Atlântica. A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou, nesta sexta-feira (3), que seus agentes estão preparados para a chegada dos “barra bravas” do Boca Juniors. Pelas redes sociais, integrantes de organizadas do clube argentino convocaram os tricolores para a briga, em um áudio enviado a uma TV local.
“Que esperem a gente chegar, e que os do Fluminense venham nos procurar, que nós três (Marcelo Aravena, Mauro Martin e Rafael Di Zeo) vamos para a frente da torcida e do nosso povo, vamos defender toda a nossa gente do Boca, mas que os do Fluminense venham nos procurar. Quando chegarmos, que venham, eles são obrigados a brigar com a torcida organizada do Boca, torcida organizada com torcida organizada, que não briguem com o povo, que briguem com a torcida organizada do Boca”, afirmou Aravena, em áudio enviado à imprensa argentina nesta quinta-feira.
(Foto: Reprodução)