O ex-coach candidato a prefeito de São Paulo disse que foi o filho do ex-presidente, e não Jair, que o respondeu nas redes sociais
O ex-coach da extrema-direita Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, negou, na noite desta quinta-feira (22), a existência de uma ruptura definitiva com Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, foi o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho “03” do ex-presidente, que o respondeu nas redes sociais.
Marçal se referiu aos ataques mútuos da uma publicação no perfil que ele teve com Bolsonaro, na quinta-feira (22). Para o candidato, Carlos tem um problema pessoal com ele e que sente ciúmes. Marçal chamou Carlos de “retardado mental”, no entanto, afirmou que tenta preservar a relação com Carlos “em respeito ao capitão”.
Marçal fez uma live na noite de quinta em seu perfil do Instagram. Na ocasião, ele classificou o caso como uma discussão eleitoral. “Depois que passa a eleição, está tudo certo. Eu fui candidato a presidente em 2022. A gente acabou tendo uns problemas também e depois eu apoiei ele. Ajudei ele na eleição dele”, disse a jornalistas na live, citado pela CNN Brasil. “O político não pode pensar com o intestino”, acrescentou.
Mais tarde, após participar de um evento na capital paulista, Pablo Marçal voltou a tentar capturar votos de bolsonaristas, e afagou Jair Bolsonaro e intensificou sua crítica a Carlos Bolsonaro. “O Carlos que tem problema comigo. Eu tenho preservar o Carlos mas ele é um ‘retardado mental’, é um cara que não tem um escrúpulo. Mas pelo ex-presidente eu vou relevar aquele comentário dele (…) Ele sempre está aí para atrapalhar”, disse.
As especulações sobre o afastamento ganharam força após Bolsonaro, em entrevista ao portal Metrópoles, criticar Marçal, afirmando que “falta caráter” a ele. A declaração ocorreu no contexto das eleições municipais de São Paulo, em que Bolsonaro tem demonstrado apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição.
Em sua fala, Marçal sugeriu que Bolsonaro reconsidere a situação e até mesmo ofereceu abertura para receber orientações do ex-mandatário. “Se falta caráter, ele pode me ensinar, falar o que precisa. Eu respeito ele e estou à disposição para aprender. Não tenho nenhum problema com o Bolsonaro”, declarou.
Sobre o cenário eleitoral, Marçal demonstrou otimismo ao comentar a recente pesquisa Datafolha, que o coloca em empate técnico na liderança da disputa pela prefeitura de São Paulo, ao lado de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos (PSol). Ele atribuiu seu crescimento nas intenções de voto à percepção dos eleitores de que ele se tornou um “pesadelo” para seus adversários e expressou confiança de que sua campanha ganhará ainda mais força com o apoio financeiro que espera receber. Durante o evento, Marçal chegou a solicitar doações à plateia, recebendo demonstrações de apoio.
Briga
No post que resultou na briga entre ambos, Bolsonaro citava supostos feitos de seu governo, quando Marçal comentou: “Pra cima capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós.” O ex-presidente, então, respondeu: “Nós? Um abraço.”
A seguir, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), também respondeu: “Pablo Marçal, estranho. Em 2022 você disse que a diferença entre Lula e Bolsonaro é que um deles tinha 1 dedo a menos. Só acordou agora? Tá parecendo até o Mourão…”
Marçal, então, revelou que fez uma doação de R$ 100 mil à campanha de Bolsonaro e que, se o presidente considerava que eles não estão juntos, que devolvesse o dinheiro. Além de cobrar R$ 100 mil de Jair Bolsonaro, Pablo Marçal fez uma publicação em seu perfil no Instagram onde insinuou que o ex-presidente é usuário de cocaína, mesma tática que ele utiliza contra Guilherme Boulos (PSol), seu adversário na disputa pela prefeitura de São Paulo.
(Foto: Sérgio Lima/Poder360 e Reprodução/@pablomarcal1)