O presidente brasileiro ainda voltou a citar a criação de uma moeda comum com a Argentina. Esta é a quarta visita de Fernández ao Brasil neste ano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde desta segunda (26), com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, no Palácio do Planalto. A visita foi um convite do chefe do Executivo brasileiro e foi o quarto encontro, em Brasília, com Fernández neste ano. Após o encontro, Lula disse que os dois países vão elaborar um plano com “quase 100 ações” para retomar uma “aliança estratégica”.
“Reafirmamos hoje que a integração é uma política de Estado e que nossa parceria deve ser cultivada no mais alto nível. Minha primeira viagem internacional neste mandato foi a Buenos Aires e nosso frequentes encontros deixam evidente a aliança estratégica entre nossos países”, apontou. “Compartilhamos valores indispensáveis no mundo de hoje, compartilhamos o compromisso com a democracia e os direitos humanos, com a erradicação da fome e da pobreza e do desenvolvimento sustentável”, completou.
Com o plano, o governo brasileiro busca socorrer a economia argentina, terceiro maior parceiro comercial e responsável pelo superavit de US$ 2,2 bilhões na balança comercial no ano passado. Em 2022, foram US$ 15,3 bilhões em exportações para o país vizinho e US$ 13,1 bilhões em importações de mercadorias argentinas.
Em seu discurso, Lula ressaltou a importação da integração econômica entre os países e citou parceria na criação de uma ordem multipolar e de um multilateralismo mais representativo e eficaz. “Defendemos o Atlântico Sul como zona de paz e cooperação, sem disputas de natureza geopolítica. Nossa integração econômica significa interdependência. A Argentina é o terceiro destino de nossas exportações, enquanto o Brasil é o principal mercado para os produtos argentinos. Nosso intercâmbio comercial pode superar a cifra de 40 bilhões de dólares que atingimos em 2011.Construímos uma relação baseada na troca de bens de alto valor agregado e na integração produtiva de nossas economias. Nossos investimentos recíprocos são responsáveis por quase cem mil empregos”, elencou.
O petista ainda voltou a citar a criação de uma moeda comum com a Argentina. “Precisamos avançar nessa direção, com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilitem nossas trocas. Entre as opções está a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional que não eliminará as respectivas moedas nacionais.
O presidente brasileiro disse trabalhar na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina. “Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não”, pontuou.
(Foto: Sergio Lima/AFP)