Anvisa proíbe fabricação e venda de termômetros com mercúrio

Segundo o Ministério da Saúde, a medida faz parte de uma cooperação internacional para reduzir riscos à saúde humana e ao meio ambiente

 

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, após reunião realizada em 18 de setembro, proibir “em todo o território nacional a fabricação, importação e comercialização, assim como o uso em serviços de saúde, dos termômetros e esfigmomanômetros [medidor de pressão arterial] com coluna de mercúrio”. A decisão foi publicada na edição de terça-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU).

Na decisão, a Agência especifica que os aparelhos são aqueles que possuem uma coluna transparente, contendo mercúrio no seu interior e também não devem ser mais utilizados em serviços de saúde. Contudo, o uso deles segue permitido para “pesquisa, para calibração de instrumentos ou para uso como padrão de referência”.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a medida faz parte de uma cooperação internacional para reduzir riscos à saúde humana e ao meio ambiente, uma vez que a substância é altamente tóxica. Dados do Ministério do Meio Ambiente revelam que a exposição a 1,2 miligramas de mercúrio por algumas horas pode causar bronquite química e fibrose pulmonar, também, pode causar problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, caso a exposição ao material ocorra por longos períodos.

Em 2022, a Agência aprovou medidas regulatórias após os resultados da Convenção de Minamata, que foi assinada em 2013 pelo Brasil e outros 127 países como objetivo eliminar o uso de mercúrio em diferentes produtos. Dentre os citados na ocasião estavam pilhas, lâmpadas e equipamentos para a saúde.

Caso o usuário deseje se desfazer do termômetro de mercúrio, deverá mantê-lo provisoriamente em casa até a divulgação dos pontos de recolhimento, que serão divulgados em breve. Apesar da quantidade de mercúrio presente em um termômetro de uso residencial ser pequena, em caso de quebra é importante tomar as seguintes precauções, segundo o MS:

  • Isolar o local e não permitir que crianças se aproximem;
  • Abrir as janelas para arejar o ambiente;
  • Recolher com cuidado os restos de vidro em toalha de papel ou luvas e colocar em recipiente resistente à ruptura, para evitar ferimento de quem trabalha com a coleta (pode ser utilizado garrafas pet);
  • Localizar as “bolinhas” de mercúrio e juntá-las com cuidado, utilizando um papel cartão ou similar, evitando contato da pele com o mercúrio. Recolher as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas menores podem ser recolhidas com uma fita adesiva;
  • Transferir o mercúrio recolhido para um recipiente de plástico duro e resistente ou vidro, colocar água até cobrir completamente o mercúrio a fim de minimizar a formação de vapores de mercúrio, e fechar o recipiente;
  • Identificar/rotular o recipiente, escrevendo na parte externa “Resíduos tóxicos contendo mercúrio”;
  • Não usar aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, assim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador.

O Ministério destaca que os materiais utilizados durante o procedimento, como luvas e seringas, também deverão ser acondicionados em embalagens rotuladas e não devem ser descartadas em lixo comum.

(Foto: Divulgação)

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