Já há uma decisão da alta cúpula militar de que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, não será promovido a coronel do Exército.
Hoje ele é tenente-coronel.
A promoção poderia ocorrer na virada de março para abril, em razão do tempo de serviço. Mas o martelo já foi batido de que Cid não subirá de posto. A avaliação da cúpula militar é de que a promoção geraria muito desgaste, uma vez que Cid é investigado em várias apurações da Polícia Federal, entre elas a tentativa de golpe de Estado.
A cúpula militar entende que o cenário ideal é que Cid seja denunciado pela Procuradoria-Geral da República nas próximas semanas. Com isso, a promoção já estaria barrada automaticamente.
A denúncia da PGR depende de a Polícia Federal enviar o caso, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, entender que há elementos para pedir a condenação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação sobre Cid que está mais adiantada é a da fraude do cartão de vacina de Bolsonaro e aliados. A PF entende que o registro eletrônico do cartão foi falsificado para constar que Bolsonaro se vacinou contra a Covid — sendo que ele não se vacinou — e assim poder entrar em outros países que exigem a imunização.
Mesmo se Cid não foi denunciado até o fim de março, não há hipótese de ele ser promovido.
Cid deve dar um novo depoimento para a polícia nos próximos dias. A PF quer ouvi-lo no caso da tentativa de golpe de Estado. A marcação do novo depoimento ocorre após o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, ter sido ouvido por 7h na PF na semana passada.
A expectativa é de que Cid possa tirar dúvidas, confirmar versões e obter mais detalhes a partir das revelações feitas por Gomes. (Foto: Reprodução)