Alexandre Garcia espalha fake news em que afirma que barragens de represas foram abertas de propósito para inundar o estado
O advogado-geral da União, Jorge Messias, anunciou na noite de domingo (10) a abertura de um procedimento contra o jornalista bolsonarista Alexandre Garcia por promover, segundo ele, “uma campanha de desinformação” sobre os responsáveis pelas mortes provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul na semana passada. “É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas”, escreveu o ministro no X (antigo Twitter).
Durante apresentação do seu programa “Oeste Sem Filtro”, na última sexta-feira (8), do site de extrema-direita Revista Oeste, Alexandre Garcia espalhou uma grotesca fake news em que afirmou que barragens de represas construídas por governo petista no Rio Grande do Sul foram abertas de propósito para inundar o Estado. Segundo o jornalista, era “preciso investigar, porque não foi só a chuva” que causou enchentes no Rio Grande do Sul e a morte de pelo menos 46 pessoas.
“No governo petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas, que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada”, afirmou o ex-repórter e comentarista da TV Globo. “Isso causou uma enxurrada parecida com aquelas que acontecem aqui perto de Brasília, na Chapada dos Veadeiros, e que levam as pessoas e que matam pessoas porque a água vem de repente”, acrescentou Garcia, que usa a tragédia no Rio Grande do Sul para lançar uma teoria para culpar o governo Lula pelas enchentes no estado.
De acordo com boletim divulgado pela Defesa Civil gaúcha às 18h30 desse domingo, 46 pessoas morreram em decorrência das chuvas causadas pelo ciclone extratropical. Outras 46 pessoas estão desaparecidas, 4.794 estão desabrigadas e 20.490, desalojadas. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, visitou a região atingida nesse domingo e anunciou a liberação de R$ 741 milhões em recursos para as cidades atingidas. Ele estava acompanhado de oito ministros e representou o presidente Lula, que estava em viagem à Índia, onde assumiu a presidência rotativa do G20.
(Foto: Reprodução/Internet)